terça-feira, 30 de dezembro de 2008

As moças dos anos 50

...Um grupo de jovens casadoiras nos anos 50, nas Ladeiras, posa para a objectiva. Na altura, para o caixote.
Da esquerda para a direita, temos:
- Laurentina das Neves Martins, Isaura Martins Rodrigues, Maximina Rodrigues Martins, Maria Cristina Domingos Barata, Maria Helena Rodrigues, Odete Rodrigues, Maria Raquel Domingos Barata e Zulmira Baeta Neves.


foto de Casimiro Rodrigues Martins (Ladeiras, final da década de 50)

Piscinas naturais da Srª. da Piedade - Lousã

Situadas em ambiente paradísiaco, no interior da Serra da Lousã, bem perto da vila com o mesmo nome.
Nos dias quentes de verão nelas se pode usufruír de uma frescura agradável, pelo verde que se encontra em seu redor. É um convite ao mergulho e ao nadar intensamente ou, ainda, ao simples banhar em águas totalmente refrescantes.
É um óptimo local para férias, no nosso Portugal, para uma curta passagem ou para um fim-de-semana diferente, em plena paz de espírito. Ali se pode destemperar o acumular de "stress" criado no dia-a-dia dos centros urbanos e acalmar a parte neurótica de cada indivíduo, inerente às causas nefastas, e às dificuldades, da própria vida.


foto de António Martins (...a água corre e vai enchendo as piscinas - Agosto de 2008)

As piscinas naturais são alimentadas por águas que nascem na própria serra e deslizam pelo seu interior, exteriorizando-se quando o seu percurso emerge por entre barrocos, fragas e rudes leitos, elaborados pelo seu regular correr, à procura de um suave (mas por vezes abrupto) desenbocar. Na foto acima uma das pequenas cascatas, junto às piscinas naturais, que tem por efeito natural a renovação das suas respectivas águas.

foto de António Martins (as piscinas naturais, com as pontes que dão para passar as margens dos seus leitos, a antiga e a moderna, criada para fins turísticos - Agosto de 2008)

Não é demais publicitar este lindo enquadramento, onde o visitante tem a oportunidade de se maravilhar com as panorâmicas circundantes, respirar puros ares da serra, banhar-se em águas puras e cristalinas, refrescantes sobremaneira, degustar-se no restaurante local, visitar monumentos da periferia e dedicar-se à sua fé católica, meditando, orando ou simplesmente observando, numa visita ao santuário de Nossa Senhora da Piedade.
Visitem este aprazível local, certamente, não se arrependerão...

sábado, 27 de dezembro de 2008

Dia do baptizado da minha irmã - Ladeiras 1957

Nos anos 50 ainda se encontrava muita gente nas aldeias de Carvalhal-Miúdo e Ladeiras. Isso não tem muito a ver com a foto abaixo, porque na mesma se encontram pessoas que vieram de Lisboa (em maior quantidade) e Coimbra, por ocasião do casamento dos meus tios Arminda e José Casimiro. A imagem é referente ao dia seguinte, em que ocorreu o baptizado católico da minha irmã.
Maria Alzira (minha irmã) encontra-se ao centro, em baixo, um pouco atrás de mim, ao colo de minha mãe. Meu pai está em cima, à esquerda, vestido com seu belo fato (e de gravata à maneira, a condizer e a perceito...), todo janota.


foto de desconhecido (Ladeiras, finais de 1957)

P.S. - Sem qualquer tipo de ordem, passo a indicar os nomes de algumas das pessoas que se encontram na foto acima: António Martins (meu padrinho), Casimiro Neves, José Rodrigues, Manuel Rodrigues, Casimiro Martins, David Martins, Laurentina Martins, Isaura Martins Rodrigues, Arminda Rodrigues Martins, José Casimiro Rodrigues Martins, "Ti" Maria Jacinta, António Rodrigues Martins, Maximina Rodrigues Martins, Olinda Rodrigues Martins, Zulmira Baeta Neves, Maria Cristina Barata, Alice Martins Rodrigues, Maria Alzira Rodrigues Martins (a festejada do dia), Olinda Martins Rodrigues, Idalina Rodrigues, D. Adelaide (de Coimbra), António Manuel Rodrigues Martins, Maria Helena Rodrigues, Casimiro Rodrigues, Casimiro Rodrigues Martins, Alzira do Rosário Rodrigues, Luís Alfredo Rodrigues, entre os restantes.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

A aldeia do Esporão está mais pobre...

São as circunstâncias da vida... aqueles que nascem um dia hão-de perecer. Mas apesar desse facto ser real, nunca se está à espera desse culminar existêncial.
Nestes últimos dias o Esporão perdeu dois carismáticos naturais da aldeia, a D. Anália Rodrigues Bandeira (tia da minha tia Aurora) e o sr. António das Neves Barata (pai da Marisa, administradora do blogue Aldeia do Esporão).
Não tenho muitas referências memoriais da D. Anália (apesar de as ter em relação ao marido, algumas de agradecimento, como referi em tempos sobre um incêndio havido em Carvalhal-Miúdo), mas quanto ao sr. António tenho diversas recordações da minha juventude em relação à sua pessoa. Sempre uma boa disposição no semblante, e a sua rouca voz ainda me ecoa ao ouvido, neste momento.
Aos familiares dos falecidos o blogue Notas de Carvalhal-Miúdo e Ladeiras de Góis, apresenta as sentidas condolências, e um abraço especial à Marisa pelo falecimento de seu pai. Ao Esporão aquele abraço fraterno pelo desaparecimento destes seus dois filhos, nossos conterrâneos amigos.
Em relação a eles, haver-nos-emos de encontrar num outro sítio qualquer... até sempre!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

A visita às suas aldeias (anos 50)

Nos anos cinquenta a tendência era de os jovens naturais das aldeias da serra irem à procura de uma melhor vida nas grandes cidades (Coimbra ou Lisboa, em primeiro lugar). Chegados lá, íam procurar trabalho junto das gerações mais velhas (de naturais da região), que há mais tempo por lá se encontravam, e assim estabeleciam os primeiros contactos com uma nova actividade profissional.
Muitos eram colocados no ramo das engraxadorias, outros nos lanifícios. Também foram muitos para a restauração (mas existiam muitas outras profissões, onde se instalavam a laborar).
Assim que tinham um pequeno período de férias regressavam à sua terra natal para matar saudades. Vestiam os seus melhores fatos a fim de se apresentarem a perceito junto dos seus conterrâneos.
Na foto abaixo vislumbramos uma situação, de um desses determinados dias, onde existiu o regresso por um pequeno período de tempo.
Podemos observar (da esquerda para a direita), os então jovens, Odete, Luís António e Maria Helena (todos primos). Mais atrás vemos um grupo de pessoas e um automóvel (caso raro para os tempos de então...). Tudo se passa nas Ladeiras... a estrada ainda não era de alcatrão, mas pela imagem parece estar no início das suas obras que a vieram fazer integrar (mais tarde) a EN2.


foto de Casimiro Rodrigues Martins (Ladeiras, anos 50)

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Coimbra - Dois de muitos pormenores 7

PONTE DE SANTA CLARA

Inaugurada em 30 de Outubro de 1954, veio substituir a antiga ponte férrea. A ponte de Santa Clara é a mais antiga das três pontes sobre o rio Mondego na cidade de Coimbra.


foto de Hugo Mendonça (Ponte de Santa Clara e rio Mondego - Janeiro de 2005)

PADARIA POPULAR (Agostinho Rodrigues Bela) "SNACK-BAR"

Situada no Largo Freiria nº. 13, em Coimbra, perto de uma das ruas mais movimentadas da baixa coimbrã. Boa localização. Vale pelo grande painel de azulejos que compõe a frontaria, de aspecto antigo e bem ao estilo da cidade. Talvez valha a pena passar por lá, entrar e saborear as refeições.


foto de António Martins (frontaria da Padaria Popular/Snack-Bar - Dezembro de 2005)

Mioteira

Muitos locais nos meandros e nas periferias das nossas aldeias estabelecem um recordar dos tempos de infância e este, em particular, é um deles.
Recordo caminhar até lá, em tempos de férias, na companhia do António e do Delmar, munidos de fisgas atrás dos inocentes passarinhos. Depois eram correrias por aqueles vales, pisando tojos e silvados, sem sequer parar para ver se existiam picadelas. À noite, por vezes, é que era um sarilho para retirar este ou aquele pico que se havia espetado nas mãos, nas pernas ou em qualquer outra parte do corpo. Mas no dia seguinte, se calhasse, éramos capazes de ír fazer coisas semelhantes, por percursos e caminhos idênticos.
A Mioteira começa quando acabam os Lameiros, ao fundo do barroco da Celada da Corte, e termina quase no início dos terrenos circundantes do Vale da Fonte.
Estas terras foram, igualmente, como tantas outras, noutros tempos, amanhadas.
A Mioteira teve sempre, pelo menos para mim, um tanto ou quanto de misticismo.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Coimbra - Dois de muitos pormenores 6

ESTÁTUA DE D. JOÃO III

Estátua de proporções colossais, coroa a praça baptizada com o mesmo nome do monarca, da autoria de Francisco Franco, inaugurada em 1943, onde o rei D. João III (1502-1557) é homenageado como benemérito da Universidade de Coimbra (freguesia da Sé Nova).



foto de António Martins (Estátua de D. João III, em frente à Universidade - Abril de 2006)

MUSEU MILITAR DE COIMBRA

Em 5 de Dezembro de 1985 é criado a título transitório, como órgão do Quartel General da extinta Região Militar do Centro, o Museu Militar de Coimbra. Em 6 de Dezembro de 1985, aproveitando-se as comemorações do VIII centenário da morte de D. Afonso Henriques, patrono do Exército, é inaugurado oficialmente o Museu Militar. O museu está instalado numa dependência anexa do Convento de Santa Clara-a-Nova, edifício histórico do século XVII. Situado no Largo da Raínha, em Santa Clara. Encerra a 1 de Janeiro e a 25 deDezembro. Expõe material militar: armas e uniformes, assim como artigos diversos com conotação militar.


foto de Hugo Mendonça (fachada do edifício do Museu Militar de Coimbra - Janeiro de 2005)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Meus pais em tempos de namoro...

Início da década de 50.
Meu pai tirou uns dias de férias e aproveitou para visitar o seu amor (as saudades já eram muitas!...) e foi até Carvalhal-Miúdo.
Lá estão os felizes pombinhos, na foto em baixo, com um leve sorriso para a fotografia...
Por baixo vê-se uma parte de um cão, existente na época na aldeia, que se presume seja o Benfica (mas aqui há dúvidas!...).



foto de desconhecido (Alice Martins Rodrigues e Casimiro Rodrigues Martins, algures em Carvalhal-Miúdo, anos 50)

domingo, 30 de novembro de 2008

Coimbra - Dois de muitos pormenores 5

MIRADOURO DO VALE DO INFERNO

Situado na margem esquerda do Mondego, que oferece uma das melhores vistas de uma cidade plena de miradouros, sendo, possivelmente, a mais espectacular. Fica na antiga estrada que descia para a ponte de Santa Clara e onde o visitante poderá usufruír de uma deslumbrante e completíssima panorâmica sobre a cidade de Coimbra.

Foto de António Martins (Miradouro do Vale do Inferno, Janeiro de 2005)

PONTE RAÍNHA SANTA ISABEL

Projectada pelo engenheiro António Reis, a mais recente travessia rodoviária sobre o rio Mondego é composta por duas faixas de rodagem, com três vias em cada sentido. A sua inauguração, em 2004, veio permitir o acesso mais rápido à zona do Vale das Flores e Pólo II da Universidade, para quem vem do IC2 ou da margem esquerda da cidade.


foto de Hugo Mendonça (Panorâmica sobre a cidade Coimbra, com a ponte Raínha Santa Isabel em destaque - Janeiro de 2005)

Vale da Fonte

Como o próprio nome indica este pedaço de terra situa-se num vale, pela descida da encosta da Celada da Corte e no lado oposto da Mioteira.
Eram terras onde havia boa produção de géneros agrícolas por serem fartas em água, sendo, com efeito, bastante fertéis quando trabalhadas. Normalmente, por lá eram semeados produtos que estavam sujeitos à rega periódica, pela características locais, já enumeradas.
Para quem vinha de Carvalhal-Miúdo o acesso era rápido, por estreitos caminhos, pois era sempre a descer... só que no regresso é que eram elas! Mas isso acontecia com a maior parte dos terrenos amanhados pelos habitantes desta aldeia, já que a sua situação geográfica, num cabeço (era significado de estar num ponto alto), perspectivava que a maior parte das terras para cultivo ficassem em planos inferiores.
Os meus avós maternos possuiam courelas no Vale da Fonte, que eram muitíssimo frutuosas, pelos rendimentos alimentares ali obtidos. Sobressaíam o milho, as couves e o feijão, para além de outras de menor índice produtivo.
Em miúdo, cheguei a ír até ali, algumas vezes, com o meu avô. Era um local muito fresco, onde as nossas vozes pareciam ecoar. Daí, lá chegado, gostar de cantar alto e/ou gritar, a fim de poder ouvir a ressonância, e o efeito, dessa atitude.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Coimbra - Dois de muitos pormenores 4

ARCO DE ALMEDINA

O Arco de Almedina (nome de cidade marroquina), na baixa de Coimbra, local onde se inicia a Rua de Almedina que nos leva por caminhos íngremes até à Universidade, é nem mais nem menos que um remanescente da cerca de muralhas que um dia envolveram a cidade.
Supõe-se que este Arco tenha sido construído durante os reinados de D. Afonso III e D. Dinis.


foto de António Martins (Arco de Almedina, em Coimbra - Dezembro de 2005)

CAFÉ-RESTAURANTE SANTA CRUZ

Fica situado na Praça 8 de Maio, em Coimbra, ao lado da Igreja com o mesmo nome. É um local mítico da cidade, muito bonito e onde se pode saborear o bom café, conversar em boa companhia e observar a beleza que compõe este belíssimo edifício. Na sua frontaria pode-se ver artística composição de vitrais.


foto de António Martins (Café-Restaurante Santa Cruz, em Coimbra - Dezembro de 2005)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A venda do meu avô (Ladeiras)

Retrocedendo no tempo, venho recordar como era a venda do meu avô quando eu era criança. Tudo era diferente na oferta daquele tipo de comércio, na época (de igual modo, embora com estruturas e grandiosidade díspares, era diferente esta actividade no que concerne à forma de comercializar este tipo de produtos, nas mercearias das vilas e cidades).
Os açúcares (branco e amarelo) vendiam-se a peso, tal como a farinha, o feijão (nas suas diversas espécies). Existiam cartuchos de cartão de diversos tamanhos que correspondiam aos conteúdos específicos e pretendidos pelo cliente, conforme a porção que era pedida o produto era introduzido no cartucho adequado e que podia conter o peso dessa quantidade.
Também o azeite, os óleos, o vinagre eram vendidos avulso (1/2 l; 1l; 1 1/2l, etc.). Normalmente o cliente trazia o seu próprio vasilhame para o produto que queria comprar e pedia para encher, ou por qualquer outra capacidade, que nele coubesse.
A marmelada, as manteigas e as banhas também eram vendidas consoante a necessidade do cliente, o mesmo acontecia com os queijos.
No que se refere à mudança do aspecto do estabelecimento, para os dias de hoje, não é substancial, de todo, mas o conteúdo da loja é que era totalmente diferente. Por trás do balcão das mercearias (quando entramos, do lado direito), onde estava colocada uma balança de braços, havia uma grande vitrana, feita de diversas portas envidraçadas e por baixo os diversos depósitos (cubas), com os açúcares, farinhas (trigo e milho). Muito gostava de levantar a tampa onde estava o açúcar amarelo e meter uma bolinha do mesmo à boca, era uma delícia (muito diferente do de hoje, tinha um supremo paladar). Para a esquerda, sobre umas fragas que incorporam o deslizar do solo, que sustenta a base da casa, até ao sólido chão da loja, haviam umas prateleiras inseridas em móveis abertos, que serviam de montra e onde se apresentavam muitos tipos de produtos, desde os tabacos, fósforos, cadernos escolares, lápis, borrachas, etc.
Virando-nos mais para a esquerda tinhamos um outro balcão, perpendicular aos das mercearias, que era para a zona de taberna, propriamente dita. Ali se vendia o vinho ao copo, aguardentes, licores, sumos, laranjadas, pirolitos, gasosas e, obviamente, oferecia-se a água dos Lameiros. O balcão das mercearias era revestido a madeira, enquanto que o da parte das bebidas tinha o seu tampo em mármore. Havia também uma grande balança no sólo para se pesarem grandes pesos. Existiam três mesas (uma grande e duas pequenas), nelas os clientes podiam-se sentar a beber os seus copinhos e a comer os seus petiscos. Quanto aos petiscos poderiam ser torresmos, carapaus em molho de escabeche ou fritos, petinga frita, peixe do rio, queijo, marmelada e havia sempre uma sopinha à moda da região para quem quisesse, para além do pão (escuro e claro, por vezes a broa).
Quando começava a anoitecer ainda era tudo iluminado a candeeiros de petróleo.
Por cima da loja era a habitação e nos anexos subjacentes existiam currais, arrecadações, palheiros, etc.
Ai que saudades daqueles soberbos paladares e dos espectaculares e frescos aromas...ainda não existia a ASAE.

sábado, 22 de novembro de 2008

Armando Rodrigues

O último dos irmãos Rodrigues (irmão do meu avô materno e da minha avó paterna), sendo o único que se encontra junto dos vivos, com a bonita idade de 88 anos. Natural das Ladeiras (como os restantes), veio para a capital, pela mão do irmão António, onde aprendeu o ofício de alfaiate, tirando mesmo um curso para o efeito.
Casou com Maria da Nazaré, pertencente a uma família oriunda da belíssima região de Constância, de um seio onde foram, igualmente, nadas mais duas meninas. Do matrimónio nasceu um rebento do sexo feminino, Ana-Bela.
Exerceu a actividade de alfaiate em diversas empresas, chegando a trabalhar no meio por conta própria.
Mais tarde, associou-se ao meu pai numa loja da Rua dos Remédios (em Alfama), com o ramo de alfaiataria e pronto-a-vestir, onde se confeccionava imensa obra para diversos feirantes (alguns de nomeada) da nossa praça, na época. A firma teve a denominação de Casimiro & Rodrigues (inicialmente era para ser Martins & Rodrigues, mas tal não foi autorizado pela entidade que na altura tratava deste tipo de registos comerciais). Ao Armando cabia-lhe a parte de alfaiataria, onde chegaram a trabalhar mais de uma dezena de costureiras e dois oficiais, para além do pessoal que trabalhava para a empresa em suas próprias casas (costureiras, modistas e alfaiates).
Alguns anos depois mudaram a sua sede social, e respectivo estabelecimento, para a Rua dos Fanqueiros, nº 234 - 1º andar, onde permaneceram, em conjunto, durante quase vinte anos. No final da década de 70 a sociedade desmantelou-se por discordâncias mútuas. A empresa continuou com outros sócios.
Actualmente, o tio Armando, encontra-se retido no seu lar (praticamente acamado), por motivos da sua frágil saúde.
Dele tenho as melhores recordações (principalmente no meu tempo de infância e juventude), para além dos imbróglios acontecidos. Sempre me dispensou enorme carinho, me endereçou um abraço ou teve uma palavra de incentivo. Assim, julgo que nutriu, sempre, uma boa amizade pela minha pessoa, facto que tentei retribuir, dentro do possível.
A vida nunca é como queremos, mas sim como acontece. Há sempre contingências e incontingências de permeio. Deus decidirá o nosso destino... um abraço tio.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Coimbra - Dois de muitos pormenores 3

JARDIM DA SEREIA

Obra realizada e construída no tempo de D. João V, o parque da Quinta de Santa Cruz (hoje conhecido como Jardim da Sereia) deve-se a Frei Gaspar da Encarnação, ministro que, entre 1723 e 1752, reformou o Convento de Santa Cruz.
Local lindíssimo, onde se pode passar um dia muito agradável e reconfortante pela vegetação que enlea todo o seu espaço, para além da adequada observação (que se deve ter) à entrada do jardim e à sua fonte (frontal) onde se encontra a sereia que dá nome (actualmente) ao local.

foto de António Martins (Entrada do Jardim da Sereia - Abril de 2006)

AQUEDUTO DE SÃO SEBASTIÃO

O Aqueduto de S. Sebastião (ao Arcos do Jardim), situado em frente ao Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, foi outrora aqueduto romano, que servia para abastecer a alta de Coimbra. Construído pelo italiano Filipe Terzio no reinado de D. Sebastião. É altamente relevante pela sua imponência. E pela minuciosa observação deparamos com um belo exemplar da arquitectura, que é considerado monumento nacional.


foto de António Martins (Vista parcial do Aqueduto de S. Sebastião - Abril de 2006)

Do outro lado do rio

Foi no ano de 1952 que a minha tia Arminda Martins Rodrigues (irmã de minha mãe), natural de Carvalhal-Miúdo, casou com Guilherme Santa Cruz, natural de Cortecega. Guilherme teve de atravessar o rio Ceira para procurar o seu encanto feminino, sua esposa. O casal concebeu três seres, que a minha tia deu à luz, dois meninos, Vítor e Paulo e uma menina, Zulmira.
Foi um casamento simples, como eram aqueles dos nados por estas aldeias naquela época. Mais uma vez o percurso até Góis foi feito a pé (este matrimónio é anterior ao do meus pais), tanto na ida como na volta.
A cerimónia religiosa foi celebrada pelo saudoso padre Belarmino, na Igreja Matriz de Góis.


foto de Casimiro Rodrigues Martins (foto dos noivos, tirada em Carvalhal-Miúdo, no dia do casamento)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

O homem, a terra, O MILHO, a farinha e o pão (em verso)

Revolve o campo,
remexe a terra,
semeia um tanto
pela primavera.
Decorre o tempo,
cresce a planta
e o sentimento
ao céu levanta.
Depois desfolha,
sempre a preceito,
sem uma escolha
do mesmo jeito.
Vem o despontar
(de certa maneira),
ou desbandeirar
à soalheira.
Tira as barbelas,
que o tempo urge,
sem sequelas
o apanhar surge.
Leva as espigas
para o palheiro
e sem intrigas
escapela primeiro.
O descamisar
fá-lo em grupo,
para o aliviar
de ouvir um apupo.
Ecoam cantigas,
dão-se em abraços,
no aparecer espigas
de rei a espaços.
Faz a debulha,
os grãos põe na eira,
disso se orgulha
de outra maneira.
Ao sol fica à seca
por algum tempo,
depois da espera
chega o momento.
Vai para moer
no moínho do rio,
é o leve sofrer
dias a fio.
Feito em farinha
trá-lo para casa,
em sacos de linha
na arca os vasa.
De tempos a tempos
na gamela a amassa,
sem contratempos
tudo ultrapassa.
Depois de moldada,
pelas mãos da mulher,
a forma é criada
numa mesa qualquer.
É levada ao forno
para o seu cozimento,
sem fazer transtorno
mas com sentimento.
Passada a sua hora,
com toda a atenção,
retira sem demora
o tão ansiado pão.
Nuance passada
que não foi à toa,
é agora chegada
a esperada broa!...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

"Belanazirató"

Quem ler o título deste texto, certamente, inquirir-se-à: -Que é isto? Que nome é este?...
Viajamos até à década de 60...eu, minha irmã e a nossa prima Anabela juntávamo-nos amiudadas vezes e nessas reuniões, muitas eram dedicadas a cantarolar as cantigas da época, sob a perspectiva de fazermos uma espécie de grupo vocal, mas com umas desafinadas vozes (pelo menos a minha, as vozes femininas nem tanto...). Eram as canções da Madalena Iglésias, Simone de Oliveira, António Calvário, Paco Bandeira, Francisco José, José Cid, Frei Hermano da Câmara, Fernando Farinha, Max, Paula Ribas, Natércia Barreto, Suzy Paula, Hermínia Silva, Amália Rodrigues, Florbela Queirós, Rui de Mascarenhas, António Mourão, Tony de Matos, Teresa Tarouca, etc. e alguns estrangeiros, Adamo, Nicola de Bari, Gigliola Cinquetti, Tom Jones, Engelbert Humperdinck, Roberto Carlos, Nelson Ned, Nilton César, Cliff Richard, etc.
Por vezes, passávamos tardes a cantar, lendo as letras que na época eram vendidas na rua pelos invisuais, e/ou na compra da revista Mundo da Canção (publicação, daquele tempo, exclusivamente de letras de canções).
A certa altura decidimos colocar um nome ao nosso grupo e, vai não vai, ficou o "Belanazirató"... já lá vão cerca de quarenta anos. Como o tempo passa!...



foto de José Casimiro Rodrigues Martins (Maria Alzira e Anabela (em cima) e António Manuel (em baixo), no fontanário das Ladeiras, década de 60)

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Coimbra - Dois de muitos pormenores 2

ESTÁDIO CIDADE DE COIMBRA

O Estádio Cidade de Coimbra foi construído ao abrigo e em consonância com as diversas edificações e melhoramentos de estádios, aquando da organização do Campeonato da Europa de Futebol de 2004, em Portugal (onde se disputou a sua fase final). Este recinto desportivo é habitualmente utilizado pela Associação Académica de Coimbra-ASF, tem uma capacidade de 30 mil lugares, as medidas do relvado são de 105x70 metros, foi inaugurado a 29 de Outubro de 2003 e fica localizado no Lugar das Piscinas, em Coimbra.

foto de António Martins (Estádo Cidade de Coimbra e zona envolvente, foto tirada desde o Penedo da Saudade em Abril de 2006)

PENEDO DA SAUDADE

Local mítico de Coimbra, de onde se avista uma deslumbrante panorâmica da cidade. Ali se encontraram, através dos tempos, milhares de casalinhos de namorados, por ali passaram inúmeros estudantes para estudar e/ou conviver, ali permaneceram largas horas, por dia, centenas de artistas (pintores, escritores, poetas, desenhadores, escultores, etc.). Ali se fizeram muitas e muitas serenatas, onde o fado de Coimbra teve papel de realce. Tem sido, ao longo dos séculos, palco de muitas vivências. Quando os estudantes se formam e regressam aos seus locais de origem é sempre um local habitual para as suas despedidas nostálgicas à cidade. Muitas vezes deixam registada a ocasião com a colocação de lápides com mensagens, sempre sentimentais e revestidas de saudades para sempre...


foto de António Martins (Penedo da Saudade, Coimbra - Abril de 2006)

Canto da parede (Ladeiras)

Como quem vai das Ladeiras para Cimo de Alvém, é o nome dado à zona seguinte ao lavadouro até quase ao final da povoação.
Noutros tempos existiam por ali muitas courelas, todas amanhadas, de diversos proprietários. No entanto a casa da família Matos predominava como grande proprietária de grande parte daquelas parcelas de terreno.
A cultura mais implantada por ali era a do milho, para além das batatas... mas era bastante diversificada.
Hoje já nada é assim...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Vésperas de S. Martinho

Rezam os detalhes da memória,
dos remotos tempos do tempo;
que por esta altura a história
abalava, um pouco, o sofrimento!...

Era a grande corrida aos soitos
em busca da esperada castanha;
por entre os matos e magoitos
usava-se da mesma artimanha!...

Comiam-se, às vezes, assadas,
acompanhadas com o belo vinho,
também eram cozidas e piládas,
pelo festivo dia de São Martinho!...

Surgia, assim, uma breve pausa
no árduo trabalho campestre,
todos unidos pela mesma causa,
sob a sábia orientação do mestre!...

Acontecia a abertura das pipas,
para beber o vinho que era novo;
em solene empatia com as ditas,
era a efémera alegria do povo!...

sábado, 8 de novembro de 2008

Monumentos XXIII - Castelo de Penela

Castelo de interesse histórico, inserido na vila de Penela (do distrito e diocese de Coimbra, que recebeu foral em 1131, com cerca de 3900 habitantes), com uma larga cerca de muralhas amealhadas (sécs. XI-XII).


foto de António Martins (Castelo de Penela, vista parcial - Janeiro de 2008)

sábado, 1 de novembro de 2008

Um casamento pouco habitual de oriundos da serra, está prestes a fazer 50 anos

O matrimónio católico do presidente da Comissão de Melhoramentos de Ladeiras de Góis está quase a comemorar cinquenta anos, com efeito esse enlace matrimonial realizou-se a 25 de Janeiro de 1959.
Há a salientar um facto surpreendente para o tempo, um natural das Ladeiras foi desposar uma alentejana, e esse culminar foi concretizado em terras alentejanas.
Luís António Rodrigues Martins que havia vindo para a capital para trabalhar na empresa onde meu pai já trabalhava (Custódio Alves, Lda., com sede na Calçada dos Cavaleiros), e cujo negócio era o de comercialização de fazendas, pronto-a-vestir e por medida, veio a tomar parte em muitas feiras temporais (onde a empresa participava), que se realizavam por todo o sul do país, no Alentejo e Algarve, muitas vezes com o meu pai (ficam mais alguns nomes de colegas de então: - Gastão, Bartolomeu, Vítor, Silvestre, Amadeu, etc.). Ora foi no exercício dessa actividade que o meu tio Luís veio a conhecer a minha tia Joaquina (Joaquina Boa-Nova da Cunha, natural de Estremoz).
Daí o casamento ter sido concretizado na belíssima cidade alentejana de Estremoz, mais precisamente na sua Igreja Matriz (Igreja de Nossa Senhora do Castelo) e o inerente "copo de água", em casa dos pais na noiva, na mesma cidade.




foto de fotógrafo local (Noivos e convidados junto à porta da Igreja Matriz de Estremoz, em 25 de Janeiro de 1959)

Após o casamento o meu tio Luís foi destacado para gerir uma loja da empresa Custódio Alves, em Coruche, localidade onde permaneceu alguns anos.

Desta união nasceram dois "rebentos", um do sexo masculino, Luís António (que nasceu em Coruche), outro do sexo feminino, Ana Paula.
A vida profissional de Luís António Rodrigues Martins continuou ligada ao comércio de pronto-a-vestir e por medida (muitos anos, conjuntamente com o meu pai e com o tio Armando).
Hoje tem um estabelecimento seu, com o seu filho, na Rua dos Fanqueiros, em Lisboa. A esposa teve sempre a profissão de doméstica.
E no próximo 25 de Janeiro comemoram as Bodas de Ouro...
Os votos das maiores felicidades dos administradores de Notas de Carvalhal-Miúdo e Ladeiras de Góis.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Casal dos Moínhos "Loureiro" (Há cerca de 25 anos)


foto de Adriano Filipe (gentilmente cedida)
(Casal dos Moínhos, "Loureiro" - foto tirada há cerca de vinte e cinco anos)

domingo, 26 de outubro de 2008

António Fernandes Olivença

Natural do Soeirinho, concelho de Pampilhosa da Serra, veio casar-se a Carvalhal-Miúdo, com uma das últimas moças casadoiras, daí naturais... minha prima Maria Helena. Desse matrimónio surgiu ao mundo um descendente do sexo feminino, Paula Cristina.
Trabalhou, quando solteiro, nas cozinhas de diversos Hospitais Civis de Lisboa.
Cumpriu serviço militar, numa das ex-colónias, Guiné, numa melindrosa época, pois a guerra tinha ecludido, sendo aquele ambiente assaz fervilhante... sempre em guerrilhas permanentes.

foto de fotógrafo de empresa fotográfica (Casamento de Maria Helena Rodrigues Bandeira e António Fernandes Olivença, Igreja de S.Vicente de Fora, em Lisboa, 6 de Outubro de 1968)
O seu casamento com Maria Helena (foto acima), teve lugar na Igreja de S.Vicente de Fora, em Lisboa, ao dia 6 de Outubro de 1968. O respectivo copo de água aconteceu no restaurante Imperial do Rato, igualmente, em Lisboa.
Continuou pelos Hospitais Civis, mas alguns anos depois (poucos) começou a dedicar-se à actividade profissional que praticou até aos seus últimos dias, ligada à construção civil (venda de materiais para esse efeito).
Mais tarde, chegou a ser sócio do meu tio Casimiro com uma estância sita numa rua perpendicular à Calçado do Carmo, a "Estância do Carmo".
Com problemas de saúde, viu-se forçado a abandonar o seu trabalho (resistindo a essa situação até ao limite das forças) e veio a falecer na sua meia idade.
Tinha tanto de mau na sua postura própria (o que culminou no seu próprio prejuízo. Na sua vida, na sua saúde e no seu percurso profissional), como de bom (seu generoso coração, amigo do seu semelhante) para com os outros.

Coimbra - Dois de muitos pormenores

HOTEL QUINTA DAS LÁGRIMAS

Uma das mais belas histórias de amor de sempre...
A Quinta das Lágrimas é muito mais que apenas um hotel de Charme. Ao conforto dos seus quartos e salas alia-se um passado histórico e uma lenda de amor que se perde no tempo. Foi aqui que no século XIV se viveram os amores proibidos do Príncipe Pedro por uma linda donzela galega chamada Inês de Castro. Conta a lenda que foi na Quinta das Lágrimas que Inês chorou pela última vez, ao ser trespassada pelos punhais de três fidalgos aos quais o pai de Pedro, o Rei Afonso IV, ordenara a sua morte. O sangue que então derramou ainda hoje dá cor às pedras da fonte que nasceu das suas lágrimas.
Gostava tanto de ter nascido aqui...
Natureza, charme, história, elegância, experiências... é assim a essência da Quinta das Lágrimas, um retiro de conforto num palácio do século XVIII restaurado em toda a sua grandiosidade. Durante séculos um santuário privado de família por onde passaram Reis e Imperadores, a Quinta das Lágrimas está agora aberta a todos quantos apreciem a arte de bem viver... e que queiram descobrir a lenda do amor de Pedro e Inês.
in panfleto publicitário do Hotel Quinta das Lágrimas

foto de António Martins (Hotel Quintas Lágrimas, Coimbra - Janeiro de 2008)

JARDIM BOTÂNICO

Um verdadeiro pulmão natural no interior da cidade de Coimbra. Poderemos encontrar variadíssimas espécies de árvores e plantas (algumas com séculos de vida), num verdadeiro espaço de aprazível e bonito ambiente. Por lá existem locais onde se pode namorar, conversar, ler, meditar, enfim passar um dia (uma manhã, ou tarde) em plena paz espiritual, num saudável confronto com puros elementos da natureza.
É um local convidativo... e que deverá ser visitado, nesta majestosa, histórica, culta e lindíssima cidade de Coimbra.


foto de António Martins (Jardim Botânico, Coimbra - Abril de 2006)

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Almoço da Comissão de Melhoramentos de Ladeiras de Góis

A Comissão de Melhoramentos de Ladeiras de Góis irá realizar, no próximo dia 1 de Novembro, um almoço de confraternização, na sua Casa de Convívio, em Ladeiras de Góis, tal como se tem feito nos anos anteriores.
O almoço será seguido de venda de artesanato e de uma tarde convívio com um magusto tradicional.
Conforme dita a tradição, o almoço será: torresmada da Beira Serra, sopa caseira, vinhos, sumos, águas, cafés e digestivos e o preço será de 10,00€.

As marcações poderão ser efectuadas junto de qualquer membro da Direcção ou através dos contactos: 218 877 711, 965 031 937 - Sr. Luís Martins; 218 516 102, 917 260 714 - Sr. António Martins ou 963 961 441, 963 961 746 - Sr. Albertino Olivença

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Os meus pais, antes de mim

Meus pais casaram-se a 19 de Maio de 1954, já lá vão 54 anos (é obra!...).
O matrimónio foi celebrado na Igreja Matriz de Góis, pelo pároco da diocese, de então, Padre Belarmino Rodrigues Soeiro (o blogue, da aldeia vizinha do Esporão "Aldeia do Esporão", lançou texto com imagem fazendo referência à sua pessoa), que era muito querido de todos os paroqueanos. Os meus pais ainda o relembram de forma muito carinhosa.
Para a cerimónia católica estavam convidadas 13 pessoas (entre os quais os padrinhos...da noiva, Manuel Bandeira e Arminda Martins Bandeira, do Esporão (Boleirinha) e do noivo, Casimiro Rodrigues e Olinda Martins Rodrigues, os futuros sogros, que haviam sido padrinhos de baptismo, tal como acontecera com os padrinhos da noiva. Era usual, naquele tempo, este procedimento) e arranjou-se à última da hora um outro elemento (13 era número de azar...) o, então ainda criança, David, do Esporão, irmão do meu futuro tio José Casimiro (tendo em linha de referência a data do evento sobre qual agora se escreve...).
O percurso de Carvalhal-Miúdo para Góis foi feito a pé, convidados incluídos (naquele tempo não haviam automóveis por ali), assim como o respectivo regresso.



foto referente ao dia de casamento de meus pais, 19 de Maio de 1954, autor desconhecido.


O tempo esteve com céu nublado, foi um dia em que sol permaneceu um pouco escondido.
Após o enlance matrimonial (onde foram dados os respectivos "sins" e as inerentes aceitações), os parabéns aos noivos e o regresso a Carvalhal-Miúdo, onde seria servido o jantar. Aí com mais convidados, amigos, vizinhos, como era vulgar acontecer por estas aldeias. Apesar das dificuldades as economias dos pais eram gastas com os casamentos dos filhos, onde não poderia faltar comida e bebida (às vezes por dois ou três dias...).
Para a noite de núpcias os meus avós cederam o seu quarto aos noivos (foi cá uma noite...).
Lua de mel não houve, que era coisa que por estas terras não existia.
Os meus pais são primos direitos e dizia-se, naquele tempo: - Quanto mais prima mais se lhe arrima...
Em Novembro de 1955 desta união, nasço eu e em Março de 1957, a minha mãe dá à luz a minha irmã.
Já lá vão 54 anos!...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

80º Aniversário do Regionalismo Goiense

Festa da Freguesia de Vila Nova do Ceira (25 de Outubro de 2008)


Programa

15:00 Sessão de Abertura (Abertura da Exposição) *

15:30 Intervenção sobre o Regionalismo pelo Presidente do Conselho Fiscal da C. C. Góis, Sr. António Lopes Machado

16:00 Apresentação do livro “Rosários do Amor” de Clarisse Barata Sanches

17:00 Actuação do “Grupo Cantares da Várzea”

17:30 Actuação do agrupamento “KAOS”

18:00 Teatro “Nova Geração da Várzea”

19:00 Lanche Regional

20:30 Actuação do agrupamento “KAOS”

21:00 Actuação do “Grupo Cantares da Várzea”

* Glória, H. Mourato, Henrique Tigo, Júlia Fernandes, Filipa Reis



Rua de Santa Marta, nº 47, r/c Dtº.
1150 – 293 LISBOA
Tel: 213 545 051

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Monumentos - XXII


foto de Hugo Mendonça (Capela de S. Pedro, Piodão - Maio de 2005)

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Francisco Rodrigues

(Por lapso, foi indicado no texto alusivo a Manuel Rodrigues que era ele o irmão mais velho, tal não é verdade... Francisco Rodrigues era o mais velho, isso deveu-se a eu ainda ter na memória a imagem do tio "Chico" enfermo, no seu leito, e do tio Manuel não ter qualquer memória.)

Outro irmão, do grupodos nove (só um se encontra vivo, Armando), que só me recordo de ver enfermo, na sua cama. É essa a imagem que guardo na minha retina do tio "Chico".
Saiu das Ladeiras, tirou a carta de condução e estabeleceu-se com um táxi em Sintra.
Por lá conheceu uma senhora de Galamares, com a qual namorou e mais tarde contraíu matrimónio, a tia Cecília. Desta união nasceu um filho do sexo masculino, Mário.
Constituiu residência em Galamares, na casa que era dos seus sogros e, após falecimento do sogro, que possuia uma mercearia (tipo "mini-mercado") em anexo à residência, largou o negócio do táxi e passou a gerir o negócio do respectivo estabelecimento.
Em miúdo, lembro-me, que por vezes o passeio do fim-de-semana era irmos até casa do tio Francisco, em Galamares.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Santuário de Nossa Senhora da Piedade - Lousã

Situado numa belíssima zona da serra da Lousã, é um local que o viajante, religioso e não só, procura. Tudo o que em redor se encontra, e vislumbra, fornecer-nos um lugar bastante aprazível, bonito e onde se pode usufruír de um descanso espiritual, do corpo e da mente.

foto de António Martins (vista geral do Santuário - Agosto de 2008)

Tudo o que rodeia este lugar santo é muito belo (pela vegetação que por ali existe e pela inerente paisagem).

É tudo muito verde...




foto de António Martins (escadaria que nos leva à capela da Senhora da Piedade - Agosto de 2008)


foto de António Martins (Capela de Nª. Srª. da Piedade, Lousã - Agosto de 2008)

Nossa Senhora da Piedade, Raínha da Serra e da Planície Situada no coração de Portugal, na Lousã.

Se visitar este local poderá usufruír (para além do aspecto religioso), igualmente, de bons momentos de lazer ao banhar-se nas piscinas naturais, andar a pé, visitar alguns monumentos (como por exemplo o castelo). Existe por ali um restaurante onde se poderá deliciar com bons petiscos. Enfim poderá passar um belo dia de descanso e meditação, que jamais esquecerá.


sábado, 4 de outubro de 2008

Emoções (Quinta das Lágrimas-Coimbra)

Quinta das Lágrimas

Para além da beleza e da aprazibilidade que todo este local encerra, tanto no que concerne ao hotel como aos jardins circundantes, por aqui há que falar de amor. O amor que ainda hoje é referenciado, tratado (teatro, cinema, literatura, ensino, etc.), homenageado, idolatrado... o de Pedro e Inês. Neste local passou muito dessa paixão, e por aqui foi Inês de Aragão assassinada (temia-se o seu casamento, pela hipótese de Portugal perder a sua independência para Aragão e Castela).
D. Pedro desposou Inês, após a sua morte, e no trono coroou-a raínha, tornando-a D. Inês de Portugal. Ainda hoje se diz, sobre as pedras por onde corre a água da fonte das lágrimas, que têm nas suas cores alguns tons de vermelho, que tal se refere ao sangue jorrado pela posterior raínha, aquando do seu assassinato.
Estar ali e pensar em tudo isto, para além do belo que por lá existe, trás-nos imensa nostalgia...

foto de António Martins (Quinta das Lágrimas, Coimbra - Janeiro de 2008)

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Determinantes V

RIO MONDEGO (Em Penacova)

Do rio correm as águas
que me vão lavar o pranto...
limpando as velhas mágoas
e aumentando o seu manto!...

foto de António Martins (Rio Mondego passando por Penacova - Março de 2006)

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A casa de meus avós (Carvalhal-Miúdo)

Na foto abaixo vemos, o que poderemos considerar, a entrada principal de uma casa "sui generis". Há uma entrada junto à escadaria que corta a aldeia (parte fundeira), que vai para a zona de cozinha e onde existe um grande salão onde eram tomadas as refeições. Ao fundo (lado oposto) uma porta, que dá para um pequeno terraço com umas escadas que dão para uma porta gradeada (em ferro), onde está a terceira hipótese de entrar na casa (junto à antiga quintã, habitáculo anual dos suínos), por cima dela a casa de banho.
No terraço há uma outra porta que dá para a antiga adega, e no interior desta uma escada, em madeira, que permite o acesso à zona de quartos, inserida na parte que é observada na foto.


foto de António Martins (Carvalhal-Miúdo - Setembro de 2007)

sábado, 27 de setembro de 2008

Monumentos - XXI


foto de António Martins (Pelourinho e fontanário, Aldeia das Dez - Setembro de 2004)

Costa e Vale da Cova (Carvalhal-Miúdo)

Sítios onde, noutros tempos, a preponderância vegetativa se dava pela existência de diversos soitos. Nestes dois pólos do território circundante a Carvalhal-Miúdo vislumbravam-se castanheiros com alguma abundância.
Por ali se apanhava muita castanha para se fazerem os tão populares magustos. Isto acontecia, normalmente, no natural percurso do outono para o inverno.
Meu pai contou-me, acerca dos magustos, que ele e o seu amigo Fernando (seu contemporâneo), das Ladeiras, enquanto muito jovens, guardavam larga quantidade de castanhas (já assadas) e enterravam-nas no solo para, assim, poderem comer castanha assada durante muito tempo. Este acto, segundo ele, não fazia perder qualidade a este fruto, antes pelo contrário, ainda lhe melhorava o sabor.
Tudo isto se alterou com a passagem do tempo e com a modificação da natureza e a sua transformação sucessiva, levada a cabo pelo homem.
Hoje só, quase, por lá existem, infelizmente, eucaliptos... para além de dois ou três castanheiros, que teimam em resistir ao passar dos tempos e à sofreguidão dos interesses humanos. Para além da desertificação da região que levou à inexistência dos devidos cuidados para com o padrão vegetativo que deveria ter sido preservado.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Monumentos - XX


foto de António Martins (Igreja de Stª. Maria da Alcáçova, Montemor-o-Velho - Março de 2005)

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

"Lola" & "Mirito" (singela homenagem)

Desta feita vou falar de alguém que se encontra bem vivo, aliás vivos, um casal que muito admiro, Casimiro Martins Rodrigues, natural de Carvalhal-Miúdo e Maria Aurora Nunes Henriques Rodrigues, natural de Lisboa (mas com ascendência no Esporão)... os meus tios Casimiro e Aurora.
Casimiro, filho mais novo dos meus avós (Casimiro e Olinda), único do sexo masculino, foi para Lisboa para trabalhar nos "trapos", junto do tio António, na Calçada do Carmo. Viveu em casa dos meus pais e foi meu companheiro de quarto, durante a minha meninice. Cumpriu o serviço militar em Santa Margarida, e em 1960 foi chamado para a Índia (Goa). Foi um dos últimos naquele território asiático, sob as ordens de Vassalo e Silva. Esta situação trouxe alguma ansiedade a toda a família, pois após a rendição das tropas portuguesas (contrariamente ao que Salazar pretendia) levou à prisão de todos eles, por meses, e por cá era desconhecido o paradeiro dos soldados, em particular (pelo nosso interesse familiar) do tio Casimiro.
Enquanto isso a tia Aurora largava os estudos escolares e iniciava a sua actividade profissional ao balcão de uma das lojas mais importantes de Lisboa (no comércio de roupa interior de senhora) a "Meia Hora", na Trindade.



Podemos observar, em cima, o bilhete postal enviado pelo tio Casimiro, a 1 de Maio de 1960, com a imagem do Paquete "Niassa" (que transportou as tropas portuguesas), quando se prestava a passar por Porto Saíde, no Egipto, e nos dava a previsão da chegada à Índia para dia 14.
Foram momentos de grande amargura, os referentes a esta passagem, pela falta de informação da evolução dos acontecimentos e do estado de saúde dos militares, em geral.
Creio que regressou a Portugal em 1962, estava eu na antiga 2ª. classe. Lembro-me de acordar com ele a meu lado, junto de uma prenda que me trouxe (uma metralhadora de dava luz por todos lados)... Aí, foram tempos de festa!...


(Casamento a 8-5-1966, na Igreja da Penha de França, em Lisboa)

O tio Casimiro regressou às Confecções Acar e a tia Aurora continuou a fazer o percurso para o seu local de trabalho pela Calçada do Carmo. Ora isso veio a dar azo a uma observação continua... e daí ao namoro foi um passo rápido. Casaram em 1966. Mais tarde a tia Aurora trabalhou na rua do Ouro, num estabelecimento de artigos para criança "O Bom Bebé" e ainda teve uma sociedade, no mesmo ramo, com a sua amiga Amélia, na Rua dos Remédios. O tio Casimiro trabalhou muitos anos nos "trapos", mais tarde teve uma sociedade com o primo António (já falecido), numa estância de madeiras e artigos para a construção civil. Trabalhou, ainda, no sector de artigos para desporto e lazer e hoje está na Rua dos Fanqueiros, onde voltou aos trapos. A tia Aurora depois trabalhou em diversos ramos (conforme as oportunidades vinham surgindo)... padaria, comércio de loiças e brindes, etc..

Neste momento, sei que estão no Esporão a passar as Festas de S. Miguel... Boas férias e boas festas. Adoramo-vos!...

Determinantes IV


foto de António Martins (Góis, pelos caminhos de Santiago - Setembro de 2004)

sábado, 20 de setembro de 2008

Bodas de Ouro (Arminda e José Casimiro)

Arminda Rodrigues Martins, natural de Ladeiras e José Casimiro Rodrigues Martins, natural do Esporão, comemoram hoje, dia 21 de Setembro de 2008, o 50º aniversário do seu enlace matrimonial, por consequência as denominadas "Bodas de Ouro".
A foto abaixo publicada é referente ao dia seguinte ao evento, que teve a particularidade da noiva assumir a responsabilidade de apadrinhar, pelo baptismo católico, a minha irmã Maria Alzira, em conjunto com o seu irmão Luís António (hoje presidente da Comissão de Melhoramentos das Ladeiras).

Como tudo se desenvolve num ápice e se desenrola num repente... o tempo urge!...
Parabéns aos noivos, de há cinquenta anos, com os votos de muita saúde para os anos que se vão avizinhando.

foto de Casimiro Rodrigues Martins (Da esquerda para a direita: José Casimiro, Arminda, Maria Alzira (ao colo) e Luís António, Ladeiras - 22 de Setembro de 1958)

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Determinantes III

RIO ALVA
O rio Alva é um afluente do Mondego, nascendo na encosta sudoeste da Serra da Estrela, percorre cerca de 50 km até desaguar no rio Mondego, o que ocorre na localidade de Porto de Raiva, concelho de Penacova, após o Mondego ser quebrado pela Barragem da Aguieira.


foto de António Martins (Rio Alva, Ponte das Três Entradas - Setembro de 2004)

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Para o ano são as bodas de ouro...

Foi há quarenta e nove anos...
No passado dia 6 de Setembro, os meus tios, António e Maximina comemoraram quarenta e nove anos de matrimónio, para o ano serão as bodas de ouro.
Para eles os parabéns e votos de muita saúde...
De seguida uma foto (creio que tirada nas Ladeiras) referente ao dia. Para recordar (que é, também, viver)!...



foto de desconhecido (Casamento de António Rodrigues Martins e Maximina Rodrigues Martins, 6 de Setembro de 1959)

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Determinantes II

RIO CEIRA
O rio Ceira nasce na Serra do Açor, é afluente da margem esquerda do rio Mondego e nele desagua, alguns quilómetros a montante de Coimbra.

foto de António Martins (rio Ceira, arredores de Góis - Setembro de 2004)

Celada da Corte (Ladeiras)

Junto ao segundo amontoado de casario (do lado esquerdo), para quem circula de norte para sul, existe, do lado contrário, uma estrada florestal que nos leva a um local denominado Celada da Corte. Este território que se desenvolve pela encosta abaixo, é um dos poucos locais das Ladeiras de onde podemos avistar Carvalhal-Miúdo.
Na estrada que para lá nos leva, e continua para o Monte Redondo, é possível seguirmos para Carcavelos ou então para o Rio Ceira.
No tempo dos meus bisavós (até ao tempo de meus pais, crianças), por aqueles lados, muitos dos terrenos eram amanhados, e era por lá que se localizava uma das molas sustentadoras da casa dos meus antepassados ladeirenses.
Chegou a obter-se, dali, uma produção anual de cerca de quarenta e cinco alqueires de milho e de mais de um alqueire de feijão frade, para além de outros produtos agrícolas.
Hoje nada disso por ali existe... há pinheiros e muitos (demais) eucaliptos!...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Determinantes I

UNIVERSIDADE DE COIMBRA
O grau de exclusividade de universidade passou para Coimbra em 1308, após concessão a Lisboa na passagem de 1288 para 1289. Regressou a Lisboa em 1348, voltou à cidade do Mondego em 1354; tornou para a capital em 1377 e acabou por se fixar em Coimbra no ano de 1537.


foto de António Martins (Universidade, Coimbra - Abril de 2006)

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Monumentos - XIX


foto de António Martins (Cristo, Calvário, Miranda do Corvo - Agosto de 2008)

Festa de S. Miguel, no Esporão

A Comissão de Melhoramentos do Esporão, com a contribuição da Equipa de Gestão da Casa de Convívio, vai levar a efeito nos próximos 26, 27 e 28 de Setembro, a tradicional festa em honra de S. Miguel (antigamente esta festa, embora sempre no Esporão, era organizada e comparticipada pelas aldeias do Esporão, Ladeiras e Carvalhal-Miúdo. Era indicado no ano antecedente ao evento um mordomo por cada aldeia para, em consonância com a C. M. Esporão, levarem a cabo a respectiva organização dos festejos).

Programa:

Dia 26, Sexta-feira
19h - Abertura do bar, quermesse e exposição e venda de artesanato;
22h - Baile e "karaoke" com o duo "Liliana e Azevedo".

Dia 27, Sábado
13h - Almoço tradicional, com sopa serrana, churrasco misto, arroz do lombo, sobremesas, cafés, etc.;
15h 30m - Actuação da Tuna Mouronhense;
22h - Baile com o conjunto típico "Estrelas Incomparáveis";
24h - Sorteio das rifas.

Dia 28, Domingo
13h 30m - Sardinhada (oferta da organização). Só têm de comprar bebidas;
17h - Inauguração das obras realizadas na Capela de S. Miguel, com celebração de missa.

Obs. - A inscrição para o almoço deve ser feita com:
- Ilda Celeste (966607136); Maria Olinda (916444455) e Manuel Baptista (919229833), ou junto de qualquer membro da Direcção e/ou da Equipa de Gestão da Casa de Convívio.

Preços:
Adultos - € 12,00;
Crianças (7 aos 12 nos) - € 6,00.

O Esporão e a sua Comissão de Melhoramentos contam com a sua presença. Certamente ír-se-à divertir imenso. Compareça!!!

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Canção às Ladeiras

Letra: Graciete Barata
Música: Augusto Barata

Refrão:

Ladeiras tens recantos tão bonitos
Ladeiras és terra bem portuguesa
Dizem já todos quantos te visitam
Ai Ladeiras és Suiça portuguesa.

Meus senhores, minhas senhoras
Uma coisa eu vou dizer
Cinco escudos um tijolo
Para o convívio render.

Nossa casa de convívio
Há-de ser realidade
Com a graça dos amigos
Que ajudam de verdade.

Refrão:
Ladeiras, tens recantos tão bonitos…

Ás mulheres das Ladeiras,
Um pedido eu vou fazer
Que dêem todas as mãos
Para a capela se erguer.

Para orar com tanto ardor
Radiantes de alegria
À senhora mãe de Deus
Um pai-nosso Avé Maria

Refrão:
Ladeiras tens recantos tão bonitos…

Ter assim tantos amigos
Neste grandioso dia
Pois vieram ver a luz
Nesta nossa romaria.

Agora vou terminar
A todos muito obrigado
Para o ano se Deus quiser
De novo aqui hei-de voltar.

Refrão:
Ladeiras, tens recantos tão bonitos…







NOTA: Obrigado ao Pedro Barata pela disponibilidade de toda esta informação.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Monumentos - XVIII


foto de Hugo Mendonça (Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Piodão - Maio de 2005)

Os anos loucos do volfrâmio e Stanley Mitchell

Foi nas décadas de 30 e 40 (com maior relevância entre 1936 e 1945) que se desenvolveu a pesquisa e procura deste minério no concelho de Góis. Esta exploração foi-se incrementando com a chegada a Góis de um engenheiro-mineiro, o britânico Stanley Mitchell, que tinha vindo para Portugal, anos antes (com 27 anos), para as Minas da Panasqueira.
Ao instalar-se em Góis, pôde verificar e comprovar a riqueza do subsolo por aquelas redondezas. Nesse sentido procurou dinamizar a indústria mineira na região, onde o volfrâmio (porque muito procurado, estávamos na iminência da Segunda Grande Guerra) ocupou papel fundamental. Chegaram a estar em actividade mais de duzentas minas e mais de quinhentos trabalhadores mineiros, empenhados naquela descoberta diária, para além de todo o pessoal adjacente que transportava o pecúlio obtido (minha mãe chegou a transportar o produto retirado, antes de ser devidamente limpo, em cestas, na zona do Rabadão) e laborava noutros sectores que no seu todo colocavam num permanente e eficaz activo a indústria mineira em Góis.
A exploração do subsolo, nas jazidas de volfrâmio (e ouro), marcaria uma importante etapa no desenvolvimento de Góis. Vieram gentes de fora e houve circulação de dinheiro, como jamais se ouvira falar. Possibilitou-se o emprego remunerado para muita gente, numa altura de muito desemprego.
A primeira venda oficial de volfrâmio, extraído do subsolo do concelho de Góis, data de 1937. Conta-se... particulares que obtinham, de forma rudimentar, o tão precioso minério, nas terras que possuiam, chegaram a vender o seu quilo por 1.500$00.
Stanley Mitchell construiu, à sua custa, a Casa de Caridade "Rosa Maria" (nome da sua filha mais nova, natural de Góis), que funcionou como pequeno hospital, equipado com os serviços de raios x e de diatermia, que mais tarde ofereceu à Associação Educativa e Recreativa de Góis (posteriormente fez parte dos corpos gerentes desta Associação).
Foi agraciado pelo Governo Português, com o grau de Oficial da Ordem de Benemerência, e homenageado pela Câmara Municipal de Góis, pela Casa do Concelho de Góis e pela Casa da Comarca de Arganil.
O seu nome está na toponímia da vila de Góis. Faleceu em Lisboa, no mês de Agosto de 1957.
Recentemente foi alvo de nova homenagem póstuma, na pessoa de uma das suas filhas.
Colaboração memorial de Casimiro Rodrigues Martins;
Recolha de dados no sítio Movimento Cidadãos por Góis.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Monumentos - XVII















fotos de António Martins (Castelo, Lousã - Agosto de 2008)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Manuel Rodrigues

Mais um dos nove irmãos Rodrigues, nascidos nas Ladeiras, o mais velho, que eu não conheci (faleceu com a idade de 60 anos, antes do meu nascimento). Casou com uma ladeirense, Cristina, e dessa união nasceram dois filhos, Luís e António.
Ainda o Luís era pequeno, o casal rumou a Lisboa, em busca de uma melhor vida, domiciliando-se no Bairro Alto.
Na capital, começou a trabalhar numa taberna/tasca, na Travessa dos Inglesinhos, como funcionário. Toda a sua vida profissional foi ligada a esta actividade, nos seus diversos ramos, restauração, comércio de vinhos... com fugazes intromissões no negócio das mercearias.
Chegou a ser sócio do meu avô materno (seu irmão) numa taberna na Rua dos Mastros e numa mercearia na Rua de Moçambique (nesta última, sujeitaram-se a um verdadeiro percalço comercial, onde tudo saiu errado... foi uma "etapa" plena de prejuízo).
Trabalhou, depois, no restaurante Capotes Brancos, situado ao cimo da viela do elevador da Glória. Registou o seu último "prélio" comercial na loja do prédio onde residia, na Rua da Barroca, num 3º andar, abrindo, ali, um restaurante seu.
Deste lar saíram mais dois belenenses, sócios (durante muito tempo). Encontrámo-nos, muitas vezes, nos saudosos domingos de futebol no Estádio do Restelo.

Outras terras... (Miranda do Corvo)


foto de António Martins (Miranda do Corvo, vista parcial - Agosto de 2008)