sábado, 27 de setembro de 2008

Monumentos - XXI


foto de António Martins (Pelourinho e fontanário, Aldeia das Dez - Setembro de 2004)

Costa e Vale da Cova (Carvalhal-Miúdo)

Sítios onde, noutros tempos, a preponderância vegetativa se dava pela existência de diversos soitos. Nestes dois pólos do território circundante a Carvalhal-Miúdo vislumbravam-se castanheiros com alguma abundância.
Por ali se apanhava muita castanha para se fazerem os tão populares magustos. Isto acontecia, normalmente, no natural percurso do outono para o inverno.
Meu pai contou-me, acerca dos magustos, que ele e o seu amigo Fernando (seu contemporâneo), das Ladeiras, enquanto muito jovens, guardavam larga quantidade de castanhas (já assadas) e enterravam-nas no solo para, assim, poderem comer castanha assada durante muito tempo. Este acto, segundo ele, não fazia perder qualidade a este fruto, antes pelo contrário, ainda lhe melhorava o sabor.
Tudo isto se alterou com a passagem do tempo e com a modificação da natureza e a sua transformação sucessiva, levada a cabo pelo homem.
Hoje só, quase, por lá existem, infelizmente, eucaliptos... para além de dois ou três castanheiros, que teimam em resistir ao passar dos tempos e à sofreguidão dos interesses humanos. Para além da desertificação da região que levou à inexistência dos devidos cuidados para com o padrão vegetativo que deveria ter sido preservado.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Monumentos - XX


foto de António Martins (Igreja de Stª. Maria da Alcáçova, Montemor-o-Velho - Março de 2005)

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

"Lola" & "Mirito" (singela homenagem)

Desta feita vou falar de alguém que se encontra bem vivo, aliás vivos, um casal que muito admiro, Casimiro Martins Rodrigues, natural de Carvalhal-Miúdo e Maria Aurora Nunes Henriques Rodrigues, natural de Lisboa (mas com ascendência no Esporão)... os meus tios Casimiro e Aurora.
Casimiro, filho mais novo dos meus avós (Casimiro e Olinda), único do sexo masculino, foi para Lisboa para trabalhar nos "trapos", junto do tio António, na Calçada do Carmo. Viveu em casa dos meus pais e foi meu companheiro de quarto, durante a minha meninice. Cumpriu o serviço militar em Santa Margarida, e em 1960 foi chamado para a Índia (Goa). Foi um dos últimos naquele território asiático, sob as ordens de Vassalo e Silva. Esta situação trouxe alguma ansiedade a toda a família, pois após a rendição das tropas portuguesas (contrariamente ao que Salazar pretendia) levou à prisão de todos eles, por meses, e por cá era desconhecido o paradeiro dos soldados, em particular (pelo nosso interesse familiar) do tio Casimiro.
Enquanto isso a tia Aurora largava os estudos escolares e iniciava a sua actividade profissional ao balcão de uma das lojas mais importantes de Lisboa (no comércio de roupa interior de senhora) a "Meia Hora", na Trindade.



Podemos observar, em cima, o bilhete postal enviado pelo tio Casimiro, a 1 de Maio de 1960, com a imagem do Paquete "Niassa" (que transportou as tropas portuguesas), quando se prestava a passar por Porto Saíde, no Egipto, e nos dava a previsão da chegada à Índia para dia 14.
Foram momentos de grande amargura, os referentes a esta passagem, pela falta de informação da evolução dos acontecimentos e do estado de saúde dos militares, em geral.
Creio que regressou a Portugal em 1962, estava eu na antiga 2ª. classe. Lembro-me de acordar com ele a meu lado, junto de uma prenda que me trouxe (uma metralhadora de dava luz por todos lados)... Aí, foram tempos de festa!...


(Casamento a 8-5-1966, na Igreja da Penha de França, em Lisboa)

O tio Casimiro regressou às Confecções Acar e a tia Aurora continuou a fazer o percurso para o seu local de trabalho pela Calçada do Carmo. Ora isso veio a dar azo a uma observação continua... e daí ao namoro foi um passo rápido. Casaram em 1966. Mais tarde a tia Aurora trabalhou na rua do Ouro, num estabelecimento de artigos para criança "O Bom Bebé" e ainda teve uma sociedade, no mesmo ramo, com a sua amiga Amélia, na Rua dos Remédios. O tio Casimiro trabalhou muitos anos nos "trapos", mais tarde teve uma sociedade com o primo António (já falecido), numa estância de madeiras e artigos para a construção civil. Trabalhou, ainda, no sector de artigos para desporto e lazer e hoje está na Rua dos Fanqueiros, onde voltou aos trapos. A tia Aurora depois trabalhou em diversos ramos (conforme as oportunidades vinham surgindo)... padaria, comércio de loiças e brindes, etc..

Neste momento, sei que estão no Esporão a passar as Festas de S. Miguel... Boas férias e boas festas. Adoramo-vos!...

Determinantes IV


foto de António Martins (Góis, pelos caminhos de Santiago - Setembro de 2004)

sábado, 20 de setembro de 2008

Bodas de Ouro (Arminda e José Casimiro)

Arminda Rodrigues Martins, natural de Ladeiras e José Casimiro Rodrigues Martins, natural do Esporão, comemoram hoje, dia 21 de Setembro de 2008, o 50º aniversário do seu enlace matrimonial, por consequência as denominadas "Bodas de Ouro".
A foto abaixo publicada é referente ao dia seguinte ao evento, que teve a particularidade da noiva assumir a responsabilidade de apadrinhar, pelo baptismo católico, a minha irmã Maria Alzira, em conjunto com o seu irmão Luís António (hoje presidente da Comissão de Melhoramentos das Ladeiras).

Como tudo se desenvolve num ápice e se desenrola num repente... o tempo urge!...
Parabéns aos noivos, de há cinquenta anos, com os votos de muita saúde para os anos que se vão avizinhando.

foto de Casimiro Rodrigues Martins (Da esquerda para a direita: José Casimiro, Arminda, Maria Alzira (ao colo) e Luís António, Ladeiras - 22 de Setembro de 1958)

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Determinantes III

RIO ALVA
O rio Alva é um afluente do Mondego, nascendo na encosta sudoeste da Serra da Estrela, percorre cerca de 50 km até desaguar no rio Mondego, o que ocorre na localidade de Porto de Raiva, concelho de Penacova, após o Mondego ser quebrado pela Barragem da Aguieira.


foto de António Martins (Rio Alva, Ponte das Três Entradas - Setembro de 2004)

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Para o ano são as bodas de ouro...

Foi há quarenta e nove anos...
No passado dia 6 de Setembro, os meus tios, António e Maximina comemoraram quarenta e nove anos de matrimónio, para o ano serão as bodas de ouro.
Para eles os parabéns e votos de muita saúde...
De seguida uma foto (creio que tirada nas Ladeiras) referente ao dia. Para recordar (que é, também, viver)!...



foto de desconhecido (Casamento de António Rodrigues Martins e Maximina Rodrigues Martins, 6 de Setembro de 1959)

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Determinantes II

RIO CEIRA
O rio Ceira nasce na Serra do Açor, é afluente da margem esquerda do rio Mondego e nele desagua, alguns quilómetros a montante de Coimbra.

foto de António Martins (rio Ceira, arredores de Góis - Setembro de 2004)

Celada da Corte (Ladeiras)

Junto ao segundo amontoado de casario (do lado esquerdo), para quem circula de norte para sul, existe, do lado contrário, uma estrada florestal que nos leva a um local denominado Celada da Corte. Este território que se desenvolve pela encosta abaixo, é um dos poucos locais das Ladeiras de onde podemos avistar Carvalhal-Miúdo.
Na estrada que para lá nos leva, e continua para o Monte Redondo, é possível seguirmos para Carcavelos ou então para o Rio Ceira.
No tempo dos meus bisavós (até ao tempo de meus pais, crianças), por aqueles lados, muitos dos terrenos eram amanhados, e era por lá que se localizava uma das molas sustentadoras da casa dos meus antepassados ladeirenses.
Chegou a obter-se, dali, uma produção anual de cerca de quarenta e cinco alqueires de milho e de mais de um alqueire de feijão frade, para além de outros produtos agrícolas.
Hoje nada disso por ali existe... há pinheiros e muitos (demais) eucaliptos!...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Determinantes I

UNIVERSIDADE DE COIMBRA
O grau de exclusividade de universidade passou para Coimbra em 1308, após concessão a Lisboa na passagem de 1288 para 1289. Regressou a Lisboa em 1348, voltou à cidade do Mondego em 1354; tornou para a capital em 1377 e acabou por se fixar em Coimbra no ano de 1537.


foto de António Martins (Universidade, Coimbra - Abril de 2006)

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Monumentos - XIX


foto de António Martins (Cristo, Calvário, Miranda do Corvo - Agosto de 2008)

Festa de S. Miguel, no Esporão

A Comissão de Melhoramentos do Esporão, com a contribuição da Equipa de Gestão da Casa de Convívio, vai levar a efeito nos próximos 26, 27 e 28 de Setembro, a tradicional festa em honra de S. Miguel (antigamente esta festa, embora sempre no Esporão, era organizada e comparticipada pelas aldeias do Esporão, Ladeiras e Carvalhal-Miúdo. Era indicado no ano antecedente ao evento um mordomo por cada aldeia para, em consonância com a C. M. Esporão, levarem a cabo a respectiva organização dos festejos).

Programa:

Dia 26, Sexta-feira
19h - Abertura do bar, quermesse e exposição e venda de artesanato;
22h - Baile e "karaoke" com o duo "Liliana e Azevedo".

Dia 27, Sábado
13h - Almoço tradicional, com sopa serrana, churrasco misto, arroz do lombo, sobremesas, cafés, etc.;
15h 30m - Actuação da Tuna Mouronhense;
22h - Baile com o conjunto típico "Estrelas Incomparáveis";
24h - Sorteio das rifas.

Dia 28, Domingo
13h 30m - Sardinhada (oferta da organização). Só têm de comprar bebidas;
17h - Inauguração das obras realizadas na Capela de S. Miguel, com celebração de missa.

Obs. - A inscrição para o almoço deve ser feita com:
- Ilda Celeste (966607136); Maria Olinda (916444455) e Manuel Baptista (919229833), ou junto de qualquer membro da Direcção e/ou da Equipa de Gestão da Casa de Convívio.

Preços:
Adultos - € 12,00;
Crianças (7 aos 12 nos) - € 6,00.

O Esporão e a sua Comissão de Melhoramentos contam com a sua presença. Certamente ír-se-à divertir imenso. Compareça!!!

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Canção às Ladeiras

Letra: Graciete Barata
Música: Augusto Barata

Refrão:

Ladeiras tens recantos tão bonitos
Ladeiras és terra bem portuguesa
Dizem já todos quantos te visitam
Ai Ladeiras és Suiça portuguesa.

Meus senhores, minhas senhoras
Uma coisa eu vou dizer
Cinco escudos um tijolo
Para o convívio render.

Nossa casa de convívio
Há-de ser realidade
Com a graça dos amigos
Que ajudam de verdade.

Refrão:
Ladeiras, tens recantos tão bonitos…

Ás mulheres das Ladeiras,
Um pedido eu vou fazer
Que dêem todas as mãos
Para a capela se erguer.

Para orar com tanto ardor
Radiantes de alegria
À senhora mãe de Deus
Um pai-nosso Avé Maria

Refrão:
Ladeiras tens recantos tão bonitos…

Ter assim tantos amigos
Neste grandioso dia
Pois vieram ver a luz
Nesta nossa romaria.

Agora vou terminar
A todos muito obrigado
Para o ano se Deus quiser
De novo aqui hei-de voltar.

Refrão:
Ladeiras, tens recantos tão bonitos…







NOTA: Obrigado ao Pedro Barata pela disponibilidade de toda esta informação.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Monumentos - XVIII


foto de Hugo Mendonça (Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Piodão - Maio de 2005)

Os anos loucos do volfrâmio e Stanley Mitchell

Foi nas décadas de 30 e 40 (com maior relevância entre 1936 e 1945) que se desenvolveu a pesquisa e procura deste minério no concelho de Góis. Esta exploração foi-se incrementando com a chegada a Góis de um engenheiro-mineiro, o britânico Stanley Mitchell, que tinha vindo para Portugal, anos antes (com 27 anos), para as Minas da Panasqueira.
Ao instalar-se em Góis, pôde verificar e comprovar a riqueza do subsolo por aquelas redondezas. Nesse sentido procurou dinamizar a indústria mineira na região, onde o volfrâmio (porque muito procurado, estávamos na iminência da Segunda Grande Guerra) ocupou papel fundamental. Chegaram a estar em actividade mais de duzentas minas e mais de quinhentos trabalhadores mineiros, empenhados naquela descoberta diária, para além de todo o pessoal adjacente que transportava o pecúlio obtido (minha mãe chegou a transportar o produto retirado, antes de ser devidamente limpo, em cestas, na zona do Rabadão) e laborava noutros sectores que no seu todo colocavam num permanente e eficaz activo a indústria mineira em Góis.
A exploração do subsolo, nas jazidas de volfrâmio (e ouro), marcaria uma importante etapa no desenvolvimento de Góis. Vieram gentes de fora e houve circulação de dinheiro, como jamais se ouvira falar. Possibilitou-se o emprego remunerado para muita gente, numa altura de muito desemprego.
A primeira venda oficial de volfrâmio, extraído do subsolo do concelho de Góis, data de 1937. Conta-se... particulares que obtinham, de forma rudimentar, o tão precioso minério, nas terras que possuiam, chegaram a vender o seu quilo por 1.500$00.
Stanley Mitchell construiu, à sua custa, a Casa de Caridade "Rosa Maria" (nome da sua filha mais nova, natural de Góis), que funcionou como pequeno hospital, equipado com os serviços de raios x e de diatermia, que mais tarde ofereceu à Associação Educativa e Recreativa de Góis (posteriormente fez parte dos corpos gerentes desta Associação).
Foi agraciado pelo Governo Português, com o grau de Oficial da Ordem de Benemerência, e homenageado pela Câmara Municipal de Góis, pela Casa do Concelho de Góis e pela Casa da Comarca de Arganil.
O seu nome está na toponímia da vila de Góis. Faleceu em Lisboa, no mês de Agosto de 1957.
Recentemente foi alvo de nova homenagem póstuma, na pessoa de uma das suas filhas.
Colaboração memorial de Casimiro Rodrigues Martins;
Recolha de dados no sítio Movimento Cidadãos por Góis.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Monumentos - XVII















fotos de António Martins (Castelo, Lousã - Agosto de 2008)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Manuel Rodrigues

Mais um dos nove irmãos Rodrigues, nascidos nas Ladeiras, o mais velho, que eu não conheci (faleceu com a idade de 60 anos, antes do meu nascimento). Casou com uma ladeirense, Cristina, e dessa união nasceram dois filhos, Luís e António.
Ainda o Luís era pequeno, o casal rumou a Lisboa, em busca de uma melhor vida, domiciliando-se no Bairro Alto.
Na capital, começou a trabalhar numa taberna/tasca, na Travessa dos Inglesinhos, como funcionário. Toda a sua vida profissional foi ligada a esta actividade, nos seus diversos ramos, restauração, comércio de vinhos... com fugazes intromissões no negócio das mercearias.
Chegou a ser sócio do meu avô materno (seu irmão) numa taberna na Rua dos Mastros e numa mercearia na Rua de Moçambique (nesta última, sujeitaram-se a um verdadeiro percalço comercial, onde tudo saiu errado... foi uma "etapa" plena de prejuízo).
Trabalhou, depois, no restaurante Capotes Brancos, situado ao cimo da viela do elevador da Glória. Registou o seu último "prélio" comercial na loja do prédio onde residia, na Rua da Barroca, num 3º andar, abrindo, ali, um restaurante seu.
Deste lar saíram mais dois belenenses, sócios (durante muito tempo). Encontrámo-nos, muitas vezes, nos saudosos domingos de futebol no Estádio do Restelo.

Outras terras... (Miranda do Corvo)


foto de António Martins (Miranda do Corvo, vista parcial - Agosto de 2008)

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Às vezes, outras vezes...

Às vezes...
procuro ansiosamente
o caminho para te encontrar!...
Outras vezes...
busco teimosamente
a forma de me afastar!...
Às vezes...
sem querer
acabo por te encontrar!...
Outras vezes...
sem querer
acabo por me afastar!...
Às vezes...
saudosamente
quero-te encontrar!...
Outras vezes...
pausadamente
quero-me afastar!...
Às vezes, às vezes!...
Outras vezes, às vezes!...
Sinto que são vezes demais,
mas gostava que mais vezes fossem!...
Às vezes...
encontro-te
sem te procurar!...
Outras vezes...
permaneço
àvido de me afastar!...
Às vezes, sou eu!...
Outras vezes, não sou!...
Tantas e tantas vezes!...
Por António Martins (Às vezes tenho disto... hoje, a esta hora)