sábado, 22 de novembro de 2008

Armando Rodrigues

O último dos irmãos Rodrigues (irmão do meu avô materno e da minha avó paterna), sendo o único que se encontra junto dos vivos, com a bonita idade de 88 anos. Natural das Ladeiras (como os restantes), veio para a capital, pela mão do irmão António, onde aprendeu o ofício de alfaiate, tirando mesmo um curso para o efeito.
Casou com Maria da Nazaré, pertencente a uma família oriunda da belíssima região de Constância, de um seio onde foram, igualmente, nadas mais duas meninas. Do matrimónio nasceu um rebento do sexo feminino, Ana-Bela.
Exerceu a actividade de alfaiate em diversas empresas, chegando a trabalhar no meio por conta própria.
Mais tarde, associou-se ao meu pai numa loja da Rua dos Remédios (em Alfama), com o ramo de alfaiataria e pronto-a-vestir, onde se confeccionava imensa obra para diversos feirantes (alguns de nomeada) da nossa praça, na época. A firma teve a denominação de Casimiro & Rodrigues (inicialmente era para ser Martins & Rodrigues, mas tal não foi autorizado pela entidade que na altura tratava deste tipo de registos comerciais). Ao Armando cabia-lhe a parte de alfaiataria, onde chegaram a trabalhar mais de uma dezena de costureiras e dois oficiais, para além do pessoal que trabalhava para a empresa em suas próprias casas (costureiras, modistas e alfaiates).
Alguns anos depois mudaram a sua sede social, e respectivo estabelecimento, para a Rua dos Fanqueiros, nº 234 - 1º andar, onde permaneceram, em conjunto, durante quase vinte anos. No final da década de 70 a sociedade desmantelou-se por discordâncias mútuas. A empresa continuou com outros sócios.
Actualmente, o tio Armando, encontra-se retido no seu lar (praticamente acamado), por motivos da sua frágil saúde.
Dele tenho as melhores recordações (principalmente no meu tempo de infância e juventude), para além dos imbróglios acontecidos. Sempre me dispensou enorme carinho, me endereçou um abraço ou teve uma palavra de incentivo. Assim, julgo que nutriu, sempre, uma boa amizade pela minha pessoa, facto que tentei retribuir, dentro do possível.
A vida nunca é como queremos, mas sim como acontece. Há sempre contingências e incontingências de permeio. Deus decidirá o nosso destino... um abraço tio.

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