segunda-feira, 7 de julho de 2008

Manuel Bandeira (pai)

Natural do Esporão, da Boleirinha. Era padrinho de baptismo da minha mãe...
Veio para Lisboa laborar na Fábrica da Central de Cervejas (no edifício contíguo à actual Cervejaria Portugália, na Avenida Almirante Reis). Ao aposentar-se (naquela altura não existia a reforma) regressou à sua casa, da aldeia onde nasceu.
Na luta pela sobrevivência teve de ír trabalhar a dias, nas terras de outrém... conforme as lides agrícolas, e as respectivas necessidades, dos possuídores de courelas e terrenos para amanhar e manipular.
Não foi fácil a sua vida, viveu com muitas dificuldades, e humildemente...
Antigamente, era hábito (aquando da passagem de férias) levar para os residentes (familiares e amigos) mercearias e outros produtos de efectiva premência. Para ele (da parte dos meus pais), ía sempre uma parcela, o que agradecia imenso... mas quando o meu pai lhe dava duas onças de tabaco, e o respectivo papel, até os seus olhos brilhavam!...
Sempre de cigarro na boca (era apagar um, acender outro, preparado, sempre, de forma idêntica...), trabalhou até quase ao fim da vida (perto dos 90 anos...). Ainda tenho na retina, ele, de provecta idade, com um molho de mato às costas...
Recordo as suas docilidade e ternura!...

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