quarta-feira, 6 de agosto de 2008

O resineiro

"Resineiro engraçado, engraçado no falar. Eu hei-de ír à terra dele, se ele lá me quiser levar...", dizia (e diz) a cantiga da Tonicha, que começou a interpretar na década de 70.
Não me é fácil desenvolver um texto informativo sobre o teor e especificidade do trabalho do resineiro, porque não sou conhecedor (também o não sou, profundamente, sobre outras áreas laborais já afloradas, mas sempre há mais tópicos para serem desenvolvidos e mais pormenores memorizados), das tarefas que o mesmo impunha, mas vou tentar divulgar alguns passos de que me recordo.
A sua principal função era extraír a resina dos pinheiros, fazendo a sangria nos troncos dos mesmos (daqueles que, pela sua robustez e idade, já o permitiam), e colocando púcaros (pequenos vasos) de barro abaixo das mesmas, para onde escorreria a respectiva resina. Após o encher dos púcaros, eram substituídos por outros vazios... por vezes vezes era preciso fazer sangrar a árvore noutro local, para se continuar a obter resina do mesmo pinheiro.
Preparavam e exploravam a resina, que depois dos recipientes cheios era transposta para grandes bidons, a fim de ser negociada com os industriais das celuloses.
Fartavam-se de caminhar por essas serras fora, durante todo o dia (até ao pôr do sol), pelos mais diversos pinhais, de quem os donos tinham feito, com ele, acordo para o efeito.
Recordo-me de uma "patifaria" que em miúdo lhes faziamos... com aquelas fisgas "para os pássaros", tentávamos acertar naqueles vasinhos de barro, e quando lhes acertávamos (hoje concluo), lá se ía o acumular de muitos dias de trabalho. Isto há cada um!...

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