domingo, 10 de agosto de 2008

A água dos Lameiros

Como era fresca e límpida a água que brotava por entre fragas, vinda algures da serrania, e se esvaía numa espécie de bica rudimentar, moldada ao longo dos anos (senão séculos) pelo seu correr contínuo, pelos Lameiros (Ladeiras)...
Inquiro-me: - Se ela era tão boa, tão fresca, no meu tempo de criança, como terá sido a água, naquele local, nos tempos de infância dos meus pais e dos meus avós?
A água era, no entanto, um pouco férrea (parece-me que chegaram a ser feitas análises laboratoriais à mesma... e foi detectada uma quantidade de ferro superior aos níveis considerados normais, senão teriam sido, mesmo, estudadas as questões do engarrafamento e da respectiva comercialização), pormenor que se vislumbrava, só pelo olhar, pela côr castanho dourado das pedras que circundavam o terminus do seu percurso.
Este leito de água encaminhava-se, depois, para um poço que se encontrava numa courela em frente, onde os donos (ou os seus caseiros...) semeavam milho, feijão, para além de diversas verduras, sujeitas à rega periódica.
Lembro-me que o milho que por ali crescia... havia anos em que atingia um porte soberbo, tal como os feijoeiros.
Como era fresquinha e saborosa a água dos Lameiros!...

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