domingo, 22 de junho de 2008

A Escola, anos 30

...A finalizar a década de 30, meus pais encontram-se na Escola Primária... um a terminar a 4ª. Classe (hoje 4º ano de escolaridade), meu pai, enquanto minha mãe dava os primeiros passos, nessa nova fase da sua vida, entrando para a 1ª Classe. Ainda chegaram a frequentar a escola juntos, poucos meses... contam eles, que ainda deu para o meu pai auxíliar minha mãe, durante uma daquelas brigas de miúdos, que sempre aconteceram, nas mais diversas escolas (seria a empatia que começava o seu fortalecimento? Todavia os meus pais são primos direitos e, nesse caso, talvez se perspectivasse uma defesa no âmbito familiar...).
O meu pai, depois, fez o exame de Admissão (hoje inexistente) e alguns meses mais tarde partiu para Lisboa, para casa do nosso tio António Rodrigues, residente na Calçada do Carmo, onde possuía um estabelecimento de pronto-a vestir e por medida, iniciando, aí, a aprendizagem daquela actividade comercial, que veio a ser, de resto, aquela que, praticamente, exerceu toda a sua vida profissional.
...Mas voltemos ao bancos da escola!... Naquele tempo havia muitos miúdos por estas aldeias. A escola que recebia as crianças das Ladeiras e Carvalhal-Miúdo era na Cerdeira (anos antes era na Póvoa), tendo eles de percorrer, todos os dias (muitas vezes descalços) uma distância de quase 7 kms (ida e volta), por atalhos e "caminhos de cabras", muitas ocasiões à chuva, permanecendo, nesses casos, na sala de aula com as roupas molhadas.
A professora era a D. Albertina, de quem os meus pais gostavam muito (afirmam-no).
Referem também alguns nomes de contemporâneos seus , naquelas lides... (Pai: - António, Acácio e Armando (Esporão), Isabel e Patrocínia (Carvalhal-Miúdo), Fernando (Ladeiras), Elias (Vale Torto), Alberto "Grande" e Alberto "Pequeno" (Folgosa). Mãe: - Hermínia e Adelina (Esporão), José Cardoso (Pai do Abílio e do José Manuel) e Arlindo (Esporão), "Batata" (Vale Torto), José Barata e Arlindo (Ladeiras) e Clarisse (Cerdeira), isto entre outros que a memória do tempo, e de suas mentes, fez ofuscar).
...Conta meu pai que... um belo dia a professora lhe pediu que fosse à procura de um pau, ou um ramo, que pudesse servir de ponteiro, para apontar as matérias no quadro. Assim fez, e ironia do destino foi o primeiro a levar uma "ponteirada" da professora...
(se isto acontecesse hoje, no dia seguinte estaria toda a família do aluno na escola para "pedir contas" à professora... Ai educação, educação, por onde vais!...).

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