sábado, 14 de junho de 2008

Alzira do Rosário Rodrigues

Minha avó paterna... Natural das Ladeiras.
(em sua homenagem, o meu pai deu o seu nome à minha irmã, que teve como padrinhos de baptismo, dois dos seus filhos: - Arminda e Luís).
Mulher de um grande dinâmismo, com um forte semblante... cozinheira eficaz e uma mãe extraordinária (dizem seus filhos). Viu-se viúva muito cedo, com a morte do seu primeiro marido Manuel (meu avó) e voltou a casar com um outro seu irmão, Casimiro (a quem sempre chamei de avô...). As suas lutas, na vida, não se confinaram ao período em que teve de tomar conta dos filhos sózinha, nem mesmo às grandes dificuldades de sobrevivência e de alimentação dos elementos sobreviventes do seu lar... Mais tarde a diabetes cercou-a e levou-a a dependência da mesma (isto numa difícil época, numa aldeia com muitas limitações, na dificuldade de chegar aos locais necessários para tratamento, pela escassez de meios financeiros e pelo cerne de um estado de espírito embrenhado no deixa andar...), levando-a a cegar.
É esta a recordação que tenho dela, sempre sentada na sua cadeira de braços (que durou anos...), enquanto que meu "avô" teve de encetar a aprendizagem de manusear os utensílios de cozinha, fabricar as refeições diárias, tratar da minha avó, como é óbvio, e de um sem número de situações que se lhes foram deparando, isto para além da sua actividade profissional e comercial, a de taberneiro. Mas lembro que era de uma perspicácia acima da média (talvez por ter perdido o sentido da visão, apurando, assim, os restantes...), estando sempre ao corrente do que o meu avô fazia, sempre muito atenta, descortinava, com facilidade, quem entrava na loja, reconhecendo as pessoas, muitas vezes, pela simples presença. Era uma senhora muito meiga, a quem apetecia fazer uma festinha nas bochechas de sua cara. Faleceu, tinha eu 13 anos!...
Bom... depois de ter colocado meus avós maternos neste ambiente virtual, é agora a vossa vez... Certo é que tenho mais recordações deles (também deixaram este Mundo mais recentemente), daí ter cimentado uma maior empatia para com eles... Mas também vos adoro (fui o vosso primeiro neto...). Até sempre!...

foto de Casimiro Rodrigues Martins (avós maternos, à esquerda, e avós paternos; anos 50)

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