domingo, 18 de janeiro de 2009

Lisboa

Hoje vou escrever um pouco sobre Lisboa. E porquê?
Porque é a capital do nosso país, porque é um pouco a cidade de quase todos nós, porque, ao longo dos anos, foi o principal pólo imigratório das gentes da nossa serra (e de muitos outros pontos do nosso Portugal profundo...), porque se reveste que grande simbolismo histórico para Portugal, porque é o centro das movimentações político-sociais, onde existem muitos pontos decisórios, porque foi o local de partida para novas descobertas (via marítima), porque é o principal palco português da cultura, porque nela surgiu, com enorme força, a canção denominada de nacional, o fado, e, também, porque quero.
Tem um número de habitantes um pouco inferior a um milhão, sede de concelho, comarca, distrito e arquidiocese (patriarcado).
Situa-se na margem direita do estuário do Tejo, que atinge 15 km de largura no mar da Palha, e a 16 km do Oceano Atlântico, a sua altitude varia entre 6 metros à beira-rio e 226 metros em Monsanto. A temperatura média anual é de 16ºC (média em Agosto, 22ºC; em Janeiro, 10,6ºC), sendo a precipitação média anual de 628 mm em 99 dias.


foto de António Martins (Castelo de S. Jorge e o casario que dele desce - Julho de 2007)

Dizia-se outrora estar a cidade edificada em sete colinas (Castelo, Chagas, Sant'Ana, Santa Catarina, Santo André, S. Roque e S. Vicente), mas a verdade é que ela alastrou muito para além desses limites.

O nome Olissipo (donde provém o topónimo Lisboa e cujo significado não está de todo esclarecido) já o possuia a povoação antes de ser ocupada pelo Romanos em 205 a. C. Outros povos se fixaram na área lisboeta, ao longo dos tempos, tais como Iberos, Celtas, Bárbaros do Norte, Godos, Suevos e Visigodos que permaneceram até à chegada dos Mouros, em 714. A influência moura (muçulmana) deixou profundas marcas na Aschbouna, designação árabe da já então chamada Olissibona. Segundo testemunhos de geógrafos árabes a cidade era bastante populosa e hospitaleira. Por isso foram muitos os reis que dela se tentaram apoderar. Finalmente, em 1147, o 1º rei de Portugal, D. Afonso Henriques, com o auxílio de cruzados (ingleses, alemães e flandreses), após um cerco de 12 semanas, conquistou Lisboa, que teria então entre 12000-15000 habitantes. Mas só em 1179 a cidade recebeu a primeira carta de foral. Foi elevada a capital de Portugal em 1255, por D. Afonso III.


foto de António Martins (Praça D. Pedro V "Rossio" - Julho de 2007)

Desenvolveu-se, sobremaneira, pelo aproveitamento das suas potencialidades e da sua condição de entreposto comercial marítimo, que faria dela, no séc. XVI, uma das mais florescentes cidades do mundo, pois chegou a ser então o principal mercado europeu.
Na sua vida, Lisboa sofreu violentos terramotos (1531, 1551, 1598) antes de se ver parcialmente destruída , em 1 de Novembro de 1755, por um sismo catastrófico, seguido de maremoto e incêndios, havendo então a registar, para além de largos milhares de mortos e da destruição de mais de um terço dos edifícios, a perda irreparável de um património histórico, cultural e religioso de incalculável valor, uma vez que a Baixa (onde se encontravam o palácio real, vários palácios, igrejas e conventos) ficou reduzida um campo de ruínas.


foto de António Martins (vista parcial, com o rio Tejo é a Sé Catedral ao fundo - Julho de 2007)

A Lisboa pombalina ressurgida das cinzas muito ficou a dever aos arquitectos Eugénio dos Santos, Carlos Mardel e Manuel da Maia. Datam praticamente do último quartel do séc. XIX a construção do aterro de Santos (proporcionador de uma grande comunicação com o Ocidente) e a abertura da Avenida da Liberdade (1879) e da actual Avenida Almirante Reis, que impulsionaram a expansão para o interior. Com o Estado Novo (1926-1974) verificou-se, além de um notável surto urbanístico, a modernização dos acessos à cidade - entre eles avulta a ponte que liga Lisboa a Almada, inaugurada em 6.8.1966.
Após o 25 de Abril de 1974 (data em que foi implementado o regime democrático) até aos dias de hoje, Lisboa foi enriquecida com diversos eventos e obras paralelas aos mesmos, onde se salientam a Expo'98, que veio fazer com que se desse vida à parte oriental da cidade e se construisse uma outra "cidade" anexada à já existente, inaugurou-se uma outra ponte sobre o Tejo, a Ponte Vasco da Gama e construíu-se o viaduto junto à Praça Marquês de Pombal, entre outras obras de realce.

Alguns monumentos e pontos de interesse cultural e lúdico, a visitar na cidade:
Torre de Belém, Padrão dos Descobrimentos, Planetário, Museu da Marinha, Museu dos Coches, Museu da Presidência e respectivos jardins, Centro Cultural de Belém, Aqueduto das Águas Livres, Museu do Traje, Museu Militar, Elevador de Santa Justa, Jardim e Igreja da Estrela, Castelo de S. Jorge, Baixa, Sé, Bairros Típicos (Alfama, Mouraria, Madragoa, Bairro Alto, entre outros), Palácio de S. Bento, Parque Eduardo VII, Praça de Touros do Campo Pequeno, Museu da Cidade, Cidade Universitária, Fundação Calouste Gulbenkian, Palácio Foz e muitos outros museus, igrejas, casas de cultura, centros de exposições, salas de espectáculos, espaços de diversão e locais de lazer.

P. S. - Todas as fotos foram tiradas a partir do miradouro do Elevador de Santa Justa.

3 comentários:

PoesiaMGD disse...

Belas fotos e óptimo texto!
Abraço

Adriano Filipe disse...

Boa apresentação da nossa Capital
Um abraço
Adriano

Anónimo disse...

Estive cá para apreciar suas histórias e lembranças, e saí maravilhado com tudo que vi e li.
E como um bom boêmio e bebedor inveterado, adoraria estar a beber naquela mesa ao ar livre do snack bar do Agostinho, com o amigo, trocando uma prosa.
Saudações cariocas.
Abraço fraterno Poeta.
Silveira