quarta-feira, 7 de abril de 2010

Os pastores de idos tempos

Nestas terras, verdejantes,
saía, outrora, o pastor;
com suas ovelhas saltitantes
em ofício de enorme valor.

Pela fresquinha manhã,
estava o pasto tenrinho;
caminhava lesto, com afã,
e o seu gado de mansinho.

Passava-se isto nas aldeias
onde nasceram meus pais,
em tempos de sua infância.

Também eles pastores a meias,
interiorizados de outros ideais,
mudaram para outra distância.

António MR Martins



foto de António Martins (A velha mina, na parte mais elevada, de Carvalhal-Miúdo - Setembro de 2007)

3 comentários:

Elvira Bernardo disse...

Olá Tó Mané. Mais um poema encantador que acabei de ler. Era mesmo assim, antigamente, pastores, alguns, como o meu pai, a meias com outros afins. Trancreves bem a beleza das gentes daqueles lugares e suas ocupações. Quero dizer-te que já adquiri, com muito gosto, os teus dois livros de poesia, mas ainda não tive tempo de ler, só li os prefácios e mirei um ou dois e vi que estes, já conhecia. Foi na livraria Barata que não fica longe de minha casa. Beijinhos e fica bem.

Anónimo disse...

Tambem na minha terra era assim
O gado pastava na serra
Junto ao pé de mim
Enquanto eu roçava o mato
Para no corral fazer estrume
Para adubar a terra.

Voz do Goulinho
ALA Poemas

Anónimo disse...

Um abraço pela partilha e também por me fazer recordar os verdes pastos e o silencio dos badalos, que nos ensina tanta coisa.
Marisa