Revolve o campo,
remexe a terra,
semeia um tanto
pela primavera.
Decorre o tempo,
cresce a planta
e o sentimento
ao céu levanta.
Depois desfolha,
sempre a preceito,
sem uma escolha
do mesmo jeito.
Vem o despontar
(de certa maneira),
ou desbandeirar
à soalheira.
Tira as barbelas,
que o tempo urge,
sem sequelas
o apanhar surge.
Leva as espigas
para o palheiro
e sem intrigas
escapela primeiro.
O descamisar
fá-lo em grupo,
para o aliviar
de ouvir um apupo.
Ecoam cantigas,
dão-se em abraços,
no aparecer espigas
de rei a espaços.
Faz a debulha,
os grãos põe na eira,
disso se orgulha
de outra maneira.
Ao sol fica à seca
por algum tempo,
depois da espera
chega o momento.
Vai para moer
no moínho do rio,
é o leve sofrer
dias a fio.
Feito em farinha
trá-lo para casa,
em sacos de linha
na arca os vasa.
De tempos a tempos
na gamela a amassa,
sem contratempos
tudo ultrapassa.
Depois de moldada,
pelas mãos da mulher,
a forma é criada
numa mesa qualquer.
É levada ao forno
para o seu cozimento,
sem fazer transtorno
mas com sentimento.
Passada a sua hora,
com toda a atenção,
retira sem demora
o tão ansiado pão.
Nuance passada
que não foi à toa,
é agora chegada
a esperada broa!...
terça-feira, 18 de novembro de 2008
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1 comentário:
Quem é o autor desta estória do pão feito poema?
Acho lindo, tal como a estória do linho :)
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