Não existiam máquinas de lavar roupa, nas aldeias do Portugal profundo, no início da década de 50. Mesmo nas grandes cidades, nesse tempo, só alguns as possuíam. Nesse tempo nem sequer existia um lavadouro em Carvalhal-Miúdo. Foi construído nessa década, mas uns anos mais tarde.
Então a roupa era lavada em alguidares cheios de água, com sabão, esfregada em pedra limpa, renovada a lavagem em novas águas e depois era torcida. Seguidamente, colocava-se a secar no campo em locais arejados o mais perto possível de casa, em cima de tojeiros ou outros arbustos que não a sujassem (não existiam, naquele tempo, molas e/ou alfinetes para pendurar a roupa). Mais tarde recorreram-se a estendais elaborados pelas mãos humanas, em estilo artesanal. Dois paus espetados na terra (em posição vertical, em frente um do outro) e uma corda apertada ao cimo de cada um, unindo-os desse modo, permitindo estender roupa, presa, com as aludidas molas para a roupa.
foto de Casimiro Rodrigues Martins (minha mãe estendendo roupa, em cima de tojeiros, em Carvalhal-Miúdo, pouco tempo depois do casamento, início dos anos 50)
1 comentário:
Esta sua foto é um documento! A lavagem da roupa, era uma cerimónia demorada e de grande sabedoria... encontravam-se outras formas de tirar nódoas, pondo de molho em cinzas (segundo me diziam, curioso não é?), pondo a roupa a corar...
E noutros tempos, antes de haver lavadouros, havia que procuirar fontes, a fonte fresca no Esporão, onde existe ainda hoje um poço, era uma delas... Era dificil e trabalhosa tarefa!
Enviar um comentário