Muitos locais nos meandros e nas periferias das nossas aldeias estabelecem um recordar dos tempos de infância e este, em particular, é um deles.
Recordo caminhar até lá, em tempos de férias, na companhia do António e do Delmar, munidos de fisgas atrás dos inocentes passarinhos. Depois eram correrias por aqueles vales, pisando tojos e silvados, sem sequer parar para ver se existiam picadelas. À noite, por vezes, é que era um sarilho para retirar este ou aquele pico que se havia espetado nas mãos, nas pernas ou em qualquer outra parte do corpo. Mas no dia seguinte, se calhasse, éramos capazes de ír fazer coisas semelhantes, por percursos e caminhos idênticos.
A Mioteira começa quando acabam os Lameiros, ao fundo do barroco da Celada da Corte, e termina quase no início dos terrenos circundantes do Vale da Fonte.
Estas terras foram, igualmente, como tantas outras, noutros tempos, amanhadas.
A Mioteira teve sempre, pelo menos para mim, um tanto ou quanto de misticismo.
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