foto de António Martins (Capela de Nª. Srª. das Necessidades, Monte do Colcurinho - Maio de 2005)
3 comentários:
Anónimo
disse...
Vou aqui escrever Dar parabens á Luisa Pelo marido que tem Eu sei que ele não precisa Nem gosta de galanteios Para vos mustra amizade Uso aqui estes meios Um homem de caridade Dá aquilo que precisa Gosta muito de escrever E gosta de ti Luisa A.L.A.
Uma grande placa de sinalização aponta para uma velha estrada alcatroada quase completamente coberta de caruma. Esta estrada desce serpenteando até a pequena povoação de Carvalhal Miúdo. No censo de 1527, ‘Carualhall meudo’ é alistado como tendo duas casas de habitação permanente. Hoje, a aldeia é constituída por duas ruas, (uma com muitos degraus, e a outra estreita e alcatroada), pequenas casas de xisto, algumas renovadas, algumas com alvenaria de grés vermelho à volta das janelas e portas e algumas até com granito. Mas no fundo da aldeia existe uma enorme quinta em ruínas. Isto era a casa da família mais rica da área, chamada Neves. Eles tinham muitas terras e cultivavam-nas com milho e azeitonas e com todo mais que a terra produzia. A quinta tinha cavalos e bois, muitos criados e os habitantes da aldeia trabalhavam nas terras. A produção era tão alta, que até pessoas de Cimo de Alvém vinham para comprar milho e azeite. Hoje, pouco restou da prosperidade da aldeia de outrora. Uma estreita estrada de terra batida leva até ao rio Ceira, onde, no passado, a aldeia tinha o seu próprio moinho, num local chamado Porto Ribeiro.
Ladeiras
A aldeia das Ladeiras situa-se ao longo e por baixo da EN2 que vai de Góis à Pampilhosa da Serra. A uma altitude de perto de 500 m oferece uma vista geral do vale do Ceira. Como o nome da aldeia deixa pensar, esta está rodeada de ladeiras e encontra-se protegida dos ventos fortes na encosta. Laranjeiras e limoeiros crescem na aldeia. ‘Ladeyras’ foi registada no censo de 1527 como havendo nesta altura três casas permanentemente habitadas. A parte mais velha da povoação encontra-se por baixo da estrada: uma série de casas de xisto traçam a estrada e abrem-se para uma pequena praça. A calçada é feita de brancas pedras de calcário. O restante da aldeia, que é constituído por casas mais novas, situa-se entre a estrada principal e a rua que passa mais acima, na encosta. A Casa do Convívio, no centro da povoação, é pintada de amarelo claro e em baixo, descendo um lanço de degraus, encontra-se o lavadouro. Existe uma Taberna na cave de uma das casas antigas no final da aldeia, perto da velha fonte. Uma senhora já de uma certa idade, contou-nos que ela, ainda muito nova, ficou responsável por 10 irmãos após a morte prematura da sua mãe. Ela deslocava-se duas vezes por semana para o moinho no Soito Redondo, em baixo junto ao rio Sótão, carregando o milho para aí moer. Assim ela podia, a seguir, cozer a broa para alimentar a família. As azeitonas que cresciam à volta da aldeia iam para o lagar em Góis e os encarregados deste vinham com carros de boi angariar as azeitonas nas aldeias de Pena, Povorais, Roda Cimeira, Roda Fundeira e Ladeiras.
3 comentários:
Vou aqui escrever
Dar parabens á Luisa
Pelo marido que tem
Eu sei que ele não precisa
Nem gosta de galanteios
Para vos mustra amizade
Uso aqui estes meios
Um homem de caridade
Dá aquilo que precisa
Gosta muito de escrever
E gosta de ti Luisa
A.L.A.
Estas no cimo do monte
No monte do colcurinho
Srª das nesessidades
vem cá baixo ao Goulinho
Os verços que eu escrevo
Acreditem não são meus
Vão-me saindo da mente
Forão-me dados por DEUS.
Antonio Assunção
É linda a paisagem que se avista deste extraordinário miradouro da serra do Açor.
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