domingo, 28 de junho de 2009

Em tempo de férias, pela década de setenta

Na década de setenta ainda se conseguia juntar alguma gente, em tempo de férias, na aldeia de Carvalhal-Miúdo. As fotos que abaixo se apresentam, isso nos comprovam.
Armando Alves das Neves (falecido há poucos dias) já passava os anuais dias de descanso na terra de sua esposa, Estarreja. No entanto num dos anos da aludida década veio à aldeia que o viu nascer passar alguns dias. Consigo levou a concertina e lá foi tocando desde o fundo do lugar até ao Cabeço. Os presentes acabaram de dar um "pés de dança" lá mais para o Cabeço.
Esta inolvidável tarde começou em casa da família Neves, onde fomos beber o imperdível copinho de tinto, na sua adega.



foto de António Martins (o grupo que por ali se juntou, naquela época, posou para a fotografia no fundo do lugar, logo após ter ido enxaguar a boca a casa do sr. Casimiro Neves)
Muitas recordações trazem este tipo de fotos. Algumas das pessoas nelas contidas já faleceram. Mas a vida é isso mesmo, recordar. E enquanto o podermos fazer...

foto de António Martins (já no Cabeço, os tais passos de dança...)

terça-feira, 23 de junho de 2009

Referência a Gonçalo Lobo Pinheiro

O fotojornalista Gonçalo Lobo Pinheiro tem uma particularidade para comigo, é o meu braço direito (e às vezes também esquerdo) no dar vida continua a este espaço, mas há um outro "pormenor" na nossa relação, é meu filho. Sou pai há trinta anos, tantos os anos dele, pois é meu único filho.
Resolvi preencher o conteúdo da minha postagem de hoje, com uma alusão à sua pessoa.
Tem sido um filho presente, com as suas hesitações (o que é normal nos seres humanos). Em criança fez as suas traquinices e foi crescendo com a sua irreverência, apanágio da juventude.
Estudou na Escola Primária que eu frequentei e foi igualmente para outro estabelecimento de ensino, onde eu pisei o chão, a Escola Nuno Gonçalves (no meu tempo era só de dois anos a permanência por lá, que era o período de duração do Ciclo Preparatório, já extinto), onde permaneceu até ao 9º ano de escolaridade, seguindo, depois, para o antigamente denominado Liceu Gil Vicente. Chegou à universidade para se integrar num curso, onde não foi muito feliz. Só tardiamente vislumbrou a hipótese de mudar de curso (foram perdidos quase quatro anos, sem muito sentido, embora tudo sirva de aprendizagem). Mudou, então, para área das Ciências da Comunicação onde se sentiu mais feliz, e onde se pode embrenhar a contento num destino, que teve como epílogo a obtenção do respectivo licenciamento, na vertente de jornalismo. Apesar da sua situação de trabalhador-estudante conseguiu fazê-lo, sem perder qualquer "fio à meada".



Nesta foto, tirada por Jorge d'Azevedo, numas férias com seus avós. Ali está ele no Esporão, junto às bombas da gasolina, com seu ar malandreco.



Belíssima foto, tirada por Inês Sardinha, onde o Gonçalo se interioriza com a sua objectiva, num ritual que começou a pertencer-lhe, de forma regular, no simples quotidiano.
Depois foi o surgir e a procura de oportunidades, dentro do manancial de dificuldades que assola a nossa vida diária. Foi escolhida uma sua foto, postada no "1000 imagens", para um postal dos CTT, começou a fotografar como freelancer, estagiando para a Intermeios - Agência Noticiosa, e na sequência deixando mostras do seu trabalho por diversos jornais e revistas (Comércio do Porto, Jornal de Notícias, TV Guia, Superfoot Magazine, já extinta, onde escrevia, também, os textos, Público, Correio da Manhã, Notícias Choque (já extinta), Inovar.te, blogues, sites, etc.), tornando-se posteriormente colaborador do Jornal "A Bola" e mais tarde do "I", para além de muitas outras acções de diversa índole, nos mais diversos sectores.
Hoje tem o seu trabalho publicado no jornal "A Bola" de forma assídua. De permeio publicou um livro de poesia, estando em estudo a publicação de um segundo.
Para além de todas as dificuldades, que são generalizadas, e todos sabemos quais são, sendo a principal a de não conseguir uma efectividade laboral no seu principal posto de trabalho, o que, muitas vezes, provoca a ansiedade que não é boa companheira no sentido de tornar mais qualificado o seu trabalho, continua a sua "luta" com uma grande qualidade profissional.
Já participou em diversas exposições e já obteve alguns prémios com seus trabalhos fotográficos.
Fica esta pequena referência sobre aquele que adoramos... eu e minha mulher, o nosso filho.
Gonçalo espero que não te importes por esta minha pequena divagação sobre o teu percurso de vida.
Bem hajas. E sê feliz. É o que, para ti, ambicionamos (eu e tua mãe).

domingo, 21 de junho de 2009

As férias da minha juventude...

Como eram passadas as férias no tempo da minha juventude...
Referindo as aldeias de Ladeiras e Carvalhal-Miúdo, por serem os berços de meu pai e minha mãe, era nelas que mais tempo passava, com relevo para Carvalhal-Miúdo, pois lá dormia, na casa de meus avós maternos.
Sempre gostei mais desta aldeia. As Ladeiras fazia lembrar-me um pouco o ambiente citadino, não porque se pudesse comparar, mas pelo maior movimento... tinha estrada nos seus contornos, passavam muitos carros nessa estrada (a antiga estrada nacional 2, que tinha interligação entre Chaves e Faro, dizia-se... mas nunca cheguei a compreender como era esse desiderato), tolhendo, um pouco, a nossa expansividade. Em Carvalhal-Miúdo o espaço circundante, refletia-se como amplo e totalmente livre, sentia-me diferente quando estava naquele lugar, onde podia interiorizar mais, meditar, oscultar a natureza observando a sua natural vida. Gostava de desbravar esse mundo... ver as formigas nos seus carreiros, ver as outras, as maiores, que muitas vezes caminhavam soltas, ír no encalce do grilo que cantava junto à entrada do seu buraco na terra repleta da verdura, ver as aves que pelos campos de soltavam e transmitiam um estado de vida fora do âmbito das cidades (onde também haviam formigas, baratas, aranhas e pássaros, obviamente... mas tudo era muito diferente). Os gafanhotos saltavam à nossa frente, o louva-a-Deus permanecia estático, no cimo de um pequeno ramo, movimentando suas pernas dianteiras, o pica-bois, o escaravelho, a joaninha, as moscas (essas é que não eram tão bem recebidas, pela mordidelas, continuas, provocadas em nossas peles...), e tantos outros habitantes naturais daquelas terras, que aqui poderia registar...
Depois... era o ar, a paisagem, a frescura da água, o cheiro incomparável da terra (e quando húmida, era inolvidável), a beleza intrínseca que revelava todo aquele contexto, naquele tempo.
Nas férias, por vezes, tinha a companhia do António (do cimo da sebe) e do Delmar, neto do casal Neves, donos da faustosa casa do fundo do lugar, hoje totalmente em ruínas. Faziamos caminhadas até ao rio Ceira, junto à ponte pedonal para Cortecega, ao moínho, à Mioteira, à Barroca, aos Sobreiros, ao Vale da Fonte, à Abiceira, e a tantos outros recantos daquelas paragens.
Recordo ainda no tempo da minha prima "Lena", solteira, em que eu e minha irmã a acompanhávamos na guarda diária do gado e nos juntávamos à "Mila" (hoje a residir no Esporão), irmã do António (atrás referido), à Silvina (última residente de Carvalhal-Miúdo a lá nascer (creio...), que só mais tarde casou, com outro António, que na altura cumpria o serviço militar, na Marinha Portuguesa) e às brincadeiras que se faziam naqueles espaços de tempo, onde se cantava, se contavam anedotas, etc..
Algumas vezes também acompanhei o meu avó, quando ele ía para o campo com as ovelhas, mas ele não apreciava muito, pois dizia que eu as tornava inquietas e muitas ocasiões as espantava. Se calhar tinha toda a razão.
De tudo isto, ficam as recordações (que já não é pouco...), por todos esses momentos que foram vividos...

foto de António Martins (Descendo pela Ramalhuda... Carvalhal-Miúdo, Setembro de 2007)

quarta-feira, 10 de junho de 2009

O "Notas de Carvalhal-Miúdo e Ladeiras de Góis", comemora hoje o seu 1º aniversário


Um ano...

É já um período de tempo considerável, neste âmbito da blogosfera, a manter um blogue activo (minimamente) do teor do presente. Pensamos ser obra com algum efeito.

A todos os que nos acolheram com gentileza e agrado, apoiando-nos sobremaneira (uma palavra para os blogues do Esporão: Terras do..., Aldeia do... e Sobreiras..., para os Povorais, para o Rouxinol...), a todos os que regularmente nos visitam e nos publicitam, o nosso agradecimento sincero.

Pena que não possamos ser mais efectivos e incisivos (agora abraçámos outras áreas neste mundo virtual e não se pode estar em todo o lado ao mesmo tempo), com a regularidade que desejariamos.

Todavia, resta-nos apresentar a nossa gratidão para com todos, nesta hora de comemorar o 1º aniversário de "Notas de Carvalhal-Miúdo e Ladeiras de Góis".

Portanto, a todos em geral o nosso muito obrigado.


Bem hajam.


A administração


António Martins

Gonçalo Lobo Pinheiro

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Antigo Arraial de Santo António do Esporão de Goes - 2009

É já no próximo fim-de-semana, de 12 e 13 de Junho, que se realizará na aldeia amiga e vizinha do Esporão, mais um Arraial de Santo António, à moda antiga, como é habitual todos os anos.
Irão ser dois dias de plena alegria e grande folia, como o evento, por si só, perspectiva.
Se quiser estar entre amigos e em grande convívio, não falte!
O Esporão conta com a sua presença.